O que você encontrará neste artigo:
ToggleIntrodução
O Instituto AOCP tem se destacado na organização de concursos públicos em todo o país, aplicando provas que exigem não apenas conhecimento teórico, mas também atenção refinada à leitura e à interpretação de textos. Em Língua Portuguesa, a banca costuma explorar aspectos gramaticais em contexto, análise semântica e compreensão global e detalhada dos enunciados, o que exige do candidato preparo direcionado ao seu estilo. Neste post, selecionamos 10 questões comentadas do Instituto AOCP, com explicações cuidadosas sobre o porquê de cada alternativa estar certa ou errada. O objetivo é ajudar você a reconhecer o padrão de cobrança da banca, identificar pegadinhas recorrentes e aperfeiçoar suas habilidades de leitura, interpretação e análise linguística – competências fundamentais para conquistar a aprovação nos concursos organizados pela AOCP.
10 Questões comentadas
- 01 Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro
- 02 Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
- 03 Escuta: se não descobrires um sentido na loucura, acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída
- 04 para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as
- 05 coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves
- 06 entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca. Nem o Papa,
- 07 ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a
- 08 verdade Dinah, já comeste um morcego?” Não te espantes quando o mundo amanhecer
- 09 irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no
- 10 mundo?” Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais
- 11 decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não
- 12 importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja
- 13 mentira. A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que
- 14 Alice falou no fundo do poço: “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” O importante é que ela
- 15 conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os
- 16 grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice versa,
- 17 isto é, fechar uma porta bem aberta. Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial,
- 18 e temos a presunção petulante de esperar dela grandes consequências. Quando Alice comeu o
- 19 bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece,
- 20 geralmente, às pessoas que comem bolo. Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda
- 21 sabedoria tem de ser grave. A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir
- 22 desculpas sete vezes por dia, pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo,
- 23 para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o
- 24 rato perguntou à Alice: “Gostarias de gato se fosses eu?” Os homens vivem apostando corrida,
- 25 Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares,
- 26 nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem
- 27 apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão
- 28 fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os
- 29 atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! Mas quem
- 30 ganhou?” É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu.
- 31 Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se
- 32 chegares sempre onde quiseres, ganhaste.
Questão 1
Considere os sentidos expressos no trecho “Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: ‘‘Gostarias de gato se fosses eu?” e assinale a alternativa INCORRETA.
(A) O narrador ressalta a importância de se praticar a empatia, considerando a realidade de cada um.
(B) É apresentada a ideia de que, antes de defenderem o ponto de vista de alguém, as pessoas devem se colocar no lugar de quem tenha uma visão diferente da sua.
(C) A menção ao discurso do rato permite que o leitor concretize a ideia de empatia, sugerida pelo texto, favorecendo a compreensão da lição de vida ensinada pelo narrador.
(D) Ao utilizar as figuras do gato e do rato, busca-se revelar que os mais fortes devem se colocar no lugar dos mais fracos.
(E) O narrador considera que a lição que ensina é insignificante, por isso ele a denomina como “sabedoria de bolso”.
ALTERNATIVA: E
Comentário da questão
(A) Segundo o dicionário priberam, a definição de empatia é uma forma de identificação intelectual ou afectiva de um sujeito com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa – ex: a empatia entre os voluntários e a população local era evidente. Partindo disso, é evidente que o autor deseja ressaltar a importância da empatia ao pedir para nos colocarmos no lugar do rato.
(B) A segunda alternativa também está correta, porque o autor coloca em conflito as duas visões: do gato e do rato, e o rato pergunta para Alice: “gostarias de gatos se fosses eu?”. Incitando o leitor a se colocar no lugar do rato antes de se afeiçoar ao do gato.
(C) Também está correta, pois é o discurso do rato que promove pensarmos no seu lado ao invés do lado do gato.
(D) Correta, pois é justamente a essa reflexão moral que o trecho almeja.
(E) Errada, pois o termo sabedoria de bolso, nesse, caso quer indicar que se trata de uma máxima, um pequeno trecho de verdadeira sabedoria do ponto de vista do autor.
Questão 2
Sobre os conectivos em destaque no excerto que segue, assinale a alternativa correta.
“Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.”
(A) Ambos têm função explicativa.
(B) A primeira ocorrência estabelece uma relação de causa; a segunda, de consequência.
(C) A primeira ocorrência estabelece uma relação de conclusão; a segunda, de explicação.
(D) A primeira ocorrência estabelece uma relação de explicação; a segunda, de conclusão.
(E) Ambos tem função conclusiva.
ALTERNATIVA: C
Comentário da questão
O enunciado pede para analisar os conectivos em destaque no trecho:
“Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.”
Temos duas ocorrências de pois, cada uma com valor sintático-discursivo diferente. Na primeira ocorrência, o pois está entre vírgulas e poderia ser substituído por “portanto”, “logo”, “assim”. Ou seja, o narrador conclui que o leitor deve aprender algo, com base no que já foi dito antes. Logo, o valor é de conclusão.
Na segunda ocorrência, o pois aparece inicialmente no período subordinado, antes do verbo “dou”. Isso configura seu uso mais tradicional. O pois com sentido de porque. Trata-se de uma explicação/justificativa para o que foi dito anteriormente: Aprende isso a teu modo, porque te dou apenas algumas chaves. Portanto, o valor é de explicação.
Questão 3
Assinale a alternativa em que a classificação da figura de linguagem presente no trecho dado esteja INCORRETA.
(A) “[…] pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.” = metáfora.
(B) “Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás.” = comparação.
(C) “Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos […]” = ironia.
(D) “Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior […]” = antítese.
(E) “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” = hipérbole.
ALTERNATIVA: E
Comentário da questão
(A) Na alternativa A, o autor usa o termo “chaves” de maneira figurada, sem sentido literal — não são chaves de verdade, mas conhecimentos, pistas, instrumentos simbólicos para compreender a realidade. Isso representa uma metáfora, pois há substituição de um termo por outro com base em uma relação de sentido figurado.
(B) A expressão “entranhada em ti mesma como os teus ossos” utiliza explicitamente o conectivo “como”, estabelecendo uma relação comparativa entre algo abstrato (a charada interior) e algo concreto (os ossos). Portanto, trata-se de fato de uma comparação.
(C) Dizer que 15 anos é uma ‘idade avançada’ é dizer o oposto da realidade esperada, criando um efeito humorístico ou crítico. A figura é ironia, pois o enunciador expressa uma ideia contrária ao sentido literal.
(D) “Melhor” e “pior” representam ideias opostas, colocadas lado a lado para marcar contraste. A presença simultânea de termos antagônicos caracteriza perfeitamente a antítese
(E) Não há exagero extremo na frase — trata-se de um sentimento comum expresso de forma literal. A hipérbole exige amplificação desproporcional, o que não ocorre aqui (ex.: “Estou morrendo de cansaço”). Portanto, a classificação como hipérbole está errada, sendo essa a alternativa incorreta da questão.
Questão 4
Assinale a alternativa que analisa corretamente a função sintática de “Dinah” no trecho “Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?”.
(A) Sujeito que pratica a ação de falar.
(B) Vocativo para quem o discurso é dirigido.
(C) Sujeito que pratica a ação de comer.
(D) Palavra que complementa o sentido do verbo “falar”, completando seu sentido.
(E) Palavra que complementa o sentido do nome “verdade”.
ALTERNATIVA: B
Comentário da Questão
(A) No trecho “Fala a verdade Dinah”, quem pratica a ação de falar não é Dinah, pois o verbo está no imperativo, o sujeito é oculto.
(B) Apesar de “Dinah” não aparecer isolada por vírgula, ela indica a pessoa a quem o falante se dirige diretamente. Portanto, ela é um vocativo, mesmo não correspondendo à norma culta.
(C) Mesmo na pergunta “já comeste um morcego?”, o sujeito é tu (implícito). A forma “comeste” é de 2ª pessoa do singular, e Dinah não desempenha a função de sujeito no trecho, apesar do sujeito implícito retomar justamente a pessoa de Dinah. Ela continua sendo apenas o vocativo.
(D) O verbo “falar” no trecho (“Fala a verdade”) tem sentido completo e exige apenas o complemento “a verdade”, que funciona como objeto direto. “Dinah” não complementa verbo nenhum — ela apenas identifica o destinatário do discurso. Portanto, não é objeto nem complemento verbal.
(E) O nome “verdade” não requer complemento no trecho. Além disso, não faria sentido sintático interpretar “Dinah” como complemento nominal — a estrutura da frase não permite essa interpretação. “Dinah” não se relaciona semanticamente com “verdade”, apenas com a pessoa chamada.
Questão 5
Assinale a alternativa em que a utilização do sinal de pontuação esteja INCORRETA.
(A) “Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes consequências.”
(B) “A realidade, Maria, é louca.”
(C) “A corrida terminou! Mas quem ganhou?”
(D) “[…] eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.”
(E) “Escuta: se não descobrires um sentido na loucura, acabarás louca.”
ALTERNATIVA: A
Comentário da questão
(A) A vírgula não deve separar orações coordenadas sindéticas unidas por “e”, exceto em casos especiais (mudança de sujeito explícita, destaque, ênfase, ou orações longas e complexas). Aqui, porém, as orações são curtas, o sujeito é o mesmo e não há valor enfático. Portanto, a vírgula antes do e é indevida, porque inútil.
(B) “Maria” é um vocativo, e vocativos devem ser isolados por vírgulas. A pontuação está adequada.
(C) O uso do ponto de exclamação para encerrar a primeira frase é adequado. O “Mas” no início da frase seguinte pode perfeitamente iniciar oração, inclusive após ponto ou exclamação. Pontuação correta.
(D) O sinal de dois-pontos está bem empregado para introduzir uma explicação ou especificação, que aqui é o título do livro dado. Pontuação plenamente aceitável.
(E) O dois-pontos após “Escuta” é adequado para introduzir aquilo que deve ser ouvido: a advertência subsequente. A vírgula separando a oração subordinada concessiva está normal. Nada irregular.
Questão 6
Sobre a formação e a função da palavra em destaque no trecho “A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável.”, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) O sufixo -ez permite que seja nomeada uma qualidade, a partir do adjetivo “sozinho”, assim como ocorre em “polidez”.
( ) A criação do vocábulo é inadequada, visto que já existe o adjetivo “solidão” para caracterizar pessoas solitárias.
( ) O sufixo -ez indica origem, significando aquele que vem de um local solitário, tal como ocorre em “francês”.
(A) F – F – V.
(B) V – V – F.
(C) V – F – F.
(D) V – V – V.
(E) F – F – F.
ALTERNATIVA: C
Comentário da questão
(1) O sufixo -ez permite que seja nomeada uma qualidade, a partir do adjetivo ‘sozinho’, assim como ocorre em ‘polidez’. Verdadeiro, pois o sufixo -ez/ -eza é produtivo na língua portuguesa para formar substantivos abstratos que indicam qualidade, especialmente derivados de adjetivos, como, por exemplo, rico/riqueza, robusto/robustez, pobre/pobreza, etc. A forma inventada “sozinhez” segue exatamente esse padrão: adjetivo sozinho + sufixo -ez → substantivo abstrato sozinhez (“qualidade ou estado de estar sozinho”).
(2) “A criação do vocábulo é inadequada, visto que já existe o adjetivo ‘solidão’ para caracterizar pessoas solitárias”. Nesta afirmação há dois problemas: solidão é substantivo e o fato de existir o termo não torna inadequada a criação de sozinhez num texto literário, tratando-se de um neologismo. Logo, a afirmação é falsa, tanto pela classificação equivocada quanto pelo argumento improcedente.
(3) “O sufixo -ez indica origem, significando aquele que vem de um local solitário, tal como ocorre em ‘francês’.” Esta afirmativa é falsa, pois o O sufixo de “francês” não é o mesmo de “pobreza”, “altivez” ou “sozinhez”. o –ês está ligado a gentílicos, já o -ez forma substantivos abstratos de qualidade, não de origem. Portanto, associar sozinhez ao sufixo de gentílico é totalmente incorreto.
Sequência correta: V – F – F
Questão 7
Assinale a alternativa em que o acento grave indicativo de crase seja mantido ao substituir a palavra em destaque, no trecho: “Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.”.
(A) Indivíduos.
(B) Seres.
(C) Indivíduo.
(D) Criaturas.
(E) Sujeitos.
Alternativa: D
Comentário da questão
Vamos começar entendendo que a crase ocorre porque há a preposição a e o artigo feminino plural as, que acompanha “pessoas”. Para manter a crase, a palavra substituta precisa ser:
- feminina
- artigo definido
(A) Indivíduos é masculino plural → artigo seria aos indivíduos, não às indivíduos. Portanto, a crase desaparece.
(B) Seres é masculino plural → artigo os → aos seres. Nada de crase aqui.
(C) Indivíduo é masculino singular → artigo ao indivíduo. Impossível haver crase.
(D) Criaturas é feminino e é um substantivo que admite artigo definido. Logo, substitui perfeitamente “às pessoas”, mantendo “às criaturas”. É a única alternativa que preserva as duas condições necessárias (preposição + artigo feminino definido).
(E) Sujeitos é Masculino plural → artigo os → aos sujeitos. Sem crase.
Questão 8
A oração em destaque, em “Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.”, estabelece com as demais uma relação de
(A) adição.
(B) oposição.
(C) concessão.
(D) conclusão.
(E) condição.
Alternativa: C
Comentário da questão
A oração destacada é “Ainda que seja mentira.” A locução conjuntiva “ainda que” é clássica marca de oração concessiva, aquela que expressa oposição fraca, uma ideia que não impede a realização da ideia da oração principal, mesmo que pareça desfavorável. Termos equivalentes são: embora, mesmo que, apesar de que.
No contexto, o trecho significa:
“Mesmo que seja mentira, o importante é dar ou inventar uma resposta.”
A ideia de que a resposta pode ser mentira não cancela a importância atribuída a “dar uma resposta”. Ou seja, funciona exatamente como concessão. Vejamos agora porque as outras são falsas:
- (A) Adição – não soma ideias; há contraste entre uma expectativa e o que realmente ocorre.
- (B) Oposição – oposição é mais forte (como “mas”, “porém”); aqui é concessão, que é oposição mitigada.
- (D) Conclusão – “ainda que” jamais indica conclusão.
- (E) Condição – seria algo como “se for mentira”, o que não ocorre aqui.
Questão 9
Assinale a alternativa que reescreve adequadamente a frase “O importante é que ela conseguiu sair de lá […]”, preservando-lhe o sentido.
(A) A saída dela foi importante lá.
(B) É importante que ela saia daqui.
(C) Importa ela sair dali.
(D) O fato de ela ter saído de lá é importante.
(E) Lá, ela conseguiu sair.
Alternativa: D
Comentário da questão
“O importante é que ela conseguiu sair de lá.”
A estrutura apresenta:
- núcleo semântico: “o importante é”
- conteúdo enfatizado: “que ela conseguiu sair de lá”
- Trata-se de uma oração subordinada substantiva, cujo sentido global é:
→ O que importa é o fato de ela ter conseguido sair daquele lugar.
A reescrita adequada deve manter exatamente essa ideia, sem alterar tempo verbal, pessoa, espaço, nem a hierarquia sintática entre “o importante” e “ela ter saído”.
Análise das alternativas
(A) “A saída dela foi importante lá.” Está incorreta, porque altera completamente a relação lógica, pois parece dizer que “a saída foi importante naquele lugar”, e não importante ela ter conseguido sair.
(B) “É importante que ela saia daqui”. Está incorreta, porque
- Troca “saiu” por “saia” (mudança de tempo verbal).
- Troca “de lá” por “daqui” (mudança de referência espacial).
- Não preserva o sentido.
(C) “Importa ela sair dali.” Está incorreta, porque
- Usa presente (“sair”), não passado (“conseguiu sair”).
- Altera o sentido: passa de uma constatação para uma exortação ou necessidade atual, e não algo já ocorrido.
(D) “o fato de ela ter saído de lá é importante”, é a correta porque
- Reescreve a estrutura com a mesma ideia global:
→ “o importante” = “o fato […] é importante”. - “Ela ter saído de lá” corresponde exatamente a “que ela conseguiu sair de lá”.
- Mantém o conteúdo, o tempo e a ênfase.
(E) “Lá, ela conseguiu sair.”, está incorreta porque
- Apenas antecipa o adjunto “lá”, sem expressar a noção de importância.
- Perde o valor semântico central da frase original.
Questão 10
O plural de “lugar-comum” é
(A) lugares-comuns.
(B) lugares-comum.
(C) lugar-comuns.
(D) lugar-comum, havendo somente a flexão na palavra que acompanha a expressão.
(E) lugars-comuns.
ALTERNATIVA: A
Comentário da Questão
“Lugar-comum” é um substantivo composto formado por:
- substantivo + adjetivo
- lugar (substantivo)
- comum (adjetivo)
Quando ocorre substantivo + adjetivo, a regra geral é:
→ ambos vão para o plural.
Verificação das alternativas
(A) lugares-comuns → ✔ correta
(B) lugares-comum → adjetivo não flexiona → ❌ incorreta
(C) lugar-comuns → substantivo não flexiona → ❌ incorreta
(D) “havendo somente a flexão na palavra que acompanha a expressão” → ❌ regra errada
(E) lugars-comuns → deformação de “lugares” → ❌ incorreta
Não deixe de conferir nossas questões comentadas da FUNDATEC: https://blog.flaviarita.com/fundatec-10-questoes-comentadas/




