Conteúdo do Artigo
Reflexão sobre o que não queremos ver!
Temos uma tendência natural de ignorar os obstáculos, as dificuldades ou de romantizar os insucessos ao longo da vida. O mundo parece conspirar a favor de certas pessoas. E o resto dos mortais devem apenas compreender isso. Mas não é bem assim. Aliás, seria mais simples se as pessoas estivessem dispostas a compartilhar também seus fracassos — familiares, profissionais, financeiros… A lógica de só mostar o êxito nos faz ver o resultado sem enxergar seus desafios. Por trás de cada conquista, há pontos sensíveis que foram superados no caminho.Nas relações amorosas, as fotos estão sempre marcando o amor, mas a vida a dois é cheia de contratempos que não cabem nas redes sociais. Enfrentamos uma verdadeira batalha diária para fazer um relacionamento dar certo. Ceder sem se anular. Buscar um equilíbrio entre o que eu quero e o que o outro pode me oferecer. Opinar sem se impor e se impor quando se fizer necessário (para se respeitar)…Certa vez, comprei um minhocário (para reciclagem de lixo orgânico) e quase perdi o marido. Eu não perguntei se ele queria um minhocário, porque não achei necessário. Mas, para ele, era. Eu estava toda feliz montando caixas com minhocas, e a discussão ganhou contornos mais sérios. As minhocas ficaram. E acho que o tema foi superado. O que fica é a dificuldade de compartilhar uma vida. Mesmo com amor, morar com alguém é ter que negociar um pouquinho de si mesmo todos os dias.Os filhos, os cachorros, os relacionamentos anteriores, os gostos e os gastos de cada um marcam atritos que precisam ser superados diariamente. Nada simples, na minha opinião. Mas escolhi estar casada, então aceito negociar. Toda escolha implicará algum tipo de renúncia (queiramos ou não). A maternidade, por exemplo, impõe a quem a escolheu certas obrigações. É como se assinássemos um contrato com Deus sem possibilidade de retroceder.Tenho três filhos, e nunca foi fácil educá-los. Faltou dinheiro algumas vezes. Também faltou pai para me ajudar em muitos momentos. Faltou paciência em outros… Nunca faltaram amor e compromisso da minha parte. Jamais pensei em desistir. Meus filhos sempre foram (e sempre serão) meu maior projeto de vida. Já vi os três fazerem birras homéricas quando pequenos, não por falta de mãe (ou de castigo, pois sou brava quando necessário). Na maioria das vezes, busquei corrigi-los. No entanto, em outras, eu estava cansada demais para educar e, sim, preferi apenas ceder. Dei picolé na hora errada, deixei pular no sofá até cansar (aliás, para ver se o filho de Deus se cansava), deixei almoçar biscoito ou simplesmente não almoçar…Hoje, por exemplo, o Otávio (meu caçula) quis levar, no lugar de lanche, um almoço para a escola. Eu estava tão envolvida com as tarefas do curso que validei o “lanche exótico”. No máximo, os coleguinhas vão achar estranho o lanche ou o feijão azedará a comida que ele levou…Tenho mais de 10 anos como autônoma. Os desafios profissionais são enormes. Hoje, estou com o coração partido tentando recuperar um acesso importante que perdi e sei que, de uma forma ou de outra, o problema será resolvido. Já enfrentei altos e baixos no curso. Pensei em desistir algumas vezes. Afinal, empreender não é fácil. Requer muita disciplina e muita resiliência. Sou adaptável (e isso me favorece). Aceito bem as dificuldades. Eu realmente não temo o risco. Gosto de dizer que “avaliar o risco faz parte, mas se paralisar pela chance de algo dar errado é ser covarde”. Não fecho as contas no azul todos os meses, e isso faz parte do negócio. A vida não é sobre ganhar, dar certo ou fazer a coisa certa sempre. É sobre aprender com cada passo dado. É sobre escolher caminhos (e quem vai com você).Hoje, estou um pouquinho desanimada. Sei que o acesso que perdi, tem grande importância no meu negócio. Trata-se de um obstáculo que eu não esperava obviamente… É importante parar para respirar quando necessário. Tomar fôlego para seguir em frente. É claro que não queremos ver as dores dos outros. Preferimos mesmo achar que, do outro lado do muro, a grama é sempre mais verde. Mas, se você olhar pela frestinha do muro, encontrará vida… Do outro lado, há pessoas reais, com dramas normais… O peso de cada evento (bom ou ruim) por que passamos é dado por nós. Não podemos mudar os fatos, mas podemos mudar a forma como nós os enxergamos.Espero que esta leitura tenha proporcionado a você uma nova perspectiva e contribuído de alguma maneira para melhorar o seu dia.Conte comigo por aqui!Flávia RitaVeja mais conteúdos do blog!
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