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Quem nunca passou pela situação de ter que falar em público? Seja uma apresentação em ambiente corporativo, seja um trabalho acadêmico ou escolar, todos nós, invariavelmente, já estivemos na posição de orador. Para alguns, mais do que para outros, falar em público é um verdadeiro sofrimento. As mãos chegam a soar, a voz, a sumir. Se você se encontra nessa situação, então siga a leitura, pois separamos 15 técnicas de oratória para ajudar você a vencer os medos da plateia.
A Oratória e as técnicas para falar em público
Primeiramente, vamos esclarecer que oratória é o termo utilizado para designar a arte de falar em público, de forma clara, coerente e objetiva. Trata-se de uma competência estimulada desde a Grécia antiga, havendo mesmo os chamados sofistas, que o discurso como uma alta forma de manifestação política.
Embora possa parecer que uma boa oratória decorre do talento natural das pessoas, ela, tal como qualquer outra competência, pode ser trabalhada e desenvolvida. Com treinos constantes, acompanhados de avaliações dos pontos fracos da apresentação, será possível dominar as diferentes técnicas de oratória para falar em público.
Disso resultará uma maior capacidade de persuasão sobre os ouvintes e uma aura de maior credibilidade sobre o tema.
Antes de falarmos de algumas ações que podem melhorar sua oratória, vamos ver o que caracteriza uma boa apresentação oral.
Características de uma boa Oratória
Uma boa oratória deve apresentar algumas características básicas. São elas:
- Ser clara e coerente
- Ser objetiva e concisa
- Promover engajamento do público
Por clara e coerente, tem-se a apresentação que não gera qualquer dúvida no público a respeito do sentido das ideias apresentadas. Nesse caso, deve-se procurar evitar vocabulário rebuscado ou desconhecido do público, assim como estruturas sintáticas muito complexas. Cada uma dessas situações serve para obscurecer o texto, prejudicando sua compreensão. Em alguns casos, podem mesmo incorrer em contradição.
Já por objetiva e concisa, entende-se a apresentação que não se perde em digressões desnecessárias nem se estende demasiadamente em assuntos simples ou irrelevantes. Essa característica se mostra ausente sempre que o orador decide desenvolver temas laterais ao assunto principal. Imagine, por exemplo, uma palestra sobre um tema de medicina, porém, em que o palestrante se delonga em exemplos particulares que não ampliem as informações dos ouvintes.
Finalmente, promover engajamento se refere à capacidade do palestrante de manter a curiosidade do público, seja mediante intervenções esporádicas, seja por meio de gestos específicos. Isso significa que uma boa oratória não se resume apenas a falar sobre o assunto. Mais do que isso, deve-se pensar também em como apresentar um tema de maneira não monótona. Afinal, escutar sobre um assunto por mais de uma hora sem perder a concentração é uma tarefa que poucos conseguem
Técnicas de Oratória para falar em público
Estando claras as características presentes em uma boa oratória, confira agora 15 técnicas de oratória para melhorar a sua capacidade de falar em público0.
Dica #1 – Prepare a apresentação com antecedência
Apresentar algo implica ter consciência do conteúdo a ser abordado, do público-alvo e da maneira como a apresentação será conduzida. Por isso, como tudo na vida, uma preparação é essencial para o orador. A fim de se preparar, procure seguir os seguintes passos:
- Reserve um tempo para avaliar o conteúdo e separar os pontos que considera mais relevantes ou mais complexos;
- Estude a pauta da apresentação para entender o momento que cada assunto deve ser abordado;
- Destaque os principais pontos da apresentação;
- Procure pensar em exemplos que envolvam os ouvintes com o conteúdo da apresentação;
- Treine, simulando a apresentação em voz alta.
Essa fase preparatória é muito importante, pois ela irá dar a dimensão geral da apresentação e das etapas que serão percorridas para explicar o assunto e para envolver de forma mais ativa o público.
Dica #2 – Conheça o público da apresentação
Preparar uma apresentação envolve também conhecer o público. Por se tratar de uma forma de comunicação, o entendimento sobre os destinatários é essencial, pois ele auxiliará o orador na escolha das palavras mais apropriadas para transmitir a mensagem. Além disso, compreender algumas particularidades do público também ajudará a pensar na própria dinâmica da exposição, se ela deve ser mais descontraída ou mais formal, ter mais ou menos pausas, entre outras características.
Imagine, por exemplo, uma situação em que o palestrante discorre para um público de jovens universitários e outra em que o mesmo palestrante deve expor suas ideias em um congresso para uma plateia de especialistas no assunto. Obviamente, o primeiro caso permitirá uma maior informalidade do apresentador, o qual poderá empregar expressões mais coloquiais ou mesmo incorrer em certas digressões lúdicas. Já o segundo irá exigir uma abordagem mais formal, em que será recomendável usar termos técnicos e jargões da área.
Por essa razão, é muito importante separar um tempo para analisar e entender o perfil do público da palestra. Para isso:
- Pense nos assuntos que mais despertam interesses no público específico;
- Procure trazer exemplos que se comuniquem com as experiências da plateia;
- Avalie as características do público, como idade, sexo, escolaridade, profissão etc.
Dicas #3 – Domine o assunto a ser tratado
Outro ponto que também é pertinente à fase de preparação diz respeito ao próprio domínio do assunto. Fazer uma apresentação envolve, sobretudo, conhecer aquilo que se está apresentando. Imagine você na situação de plateia. Com certeza não ficaria confortável em colocar algumas horas para escutar alguém que não sabe do que está falando, não é mesmo? Por isso, para evitar esse embaraço, separe um tempo para dominar o assunto.
Tenha em mente que um bom palestrante é aquele que sabe quais pontos são os mais interessantes de serem comunicados, quais as partes mais complexas e que exigem certas simplificações e quais exemplos são os melhores para descrever determinado tópico. Por isso, ao avaliar o conteúdo da apresentação, procure separar:
- Os principais pontos a serem apresentados;
- Os assuntos auxiliares que sejam importantes para a compreensão central da apresentação;
- As principais dificuldades que o assunto desperta nas pessoas nele ainda não versadas;
Dica #4 – Mantenha contato visual com o público no momento da oratória
Como dito, uma apresentação nada mais é do que uma forma de comunicação. Por isso, é importante manter o público atento e interessado nas exposições, de maneira que estejam abertos para as abordagens apresentadas.
Uma forma de fazer isso é por meio do contato visual. Mas cuidado! Por contato visual não se quer dizer encarar a plateia, o que não é recomendado. Quando o orador não mantém o contato visual, a conexão das pessoas com a apresentação esfria e o interesse acaba se perdendo.
Portanto, para estabelecer esse contato, procure percorrer com os olhos todo o público, de maneira que todos possam se sentir incluídos na apresentação. Isso estimulará um engajamento maior dos ouvintes ao mesmo tempo que passará mais confiança sobre o tema.
Dica #5 – Atenção aos movimentos no instante da oratória e mantenha a postura
Quando se está na posição de palestrante, é natural que surjam alguns desconfortos. Muitas pessoas, nesse momento, não sabem como se portar frente a plateia, se devem andar continuamente, de um lado para o outro, ou se devem, ao contrário, ficar sempre parados no mesmo lugar. Bom, nenhuma das duas opções é muito boa.
O mais recomendável, segundo as melhores técnicas de oratória, é ficar em um ponto durante algum tempo, estabelecer um contato visual com o público e, após alguns instantes, mudar de lugar sem perder o foco da apresentação. Com isso, será possível imprimir um ritmo mais dinâmico ao assunto, sem, contudo, gerar distrações. Essa abordagem ajudará a manter a concentração da plateia, além de evitar uma monotonia da apresentação.
Além disso, deve-se evitar movimentos involuntários, como estalo de dedos, balanço da perna ou qualquer tipo de agitação comum em momentos de estresse. Esses movimentos sempre colaboram para distrair o público, como também, prejudicar a apresentação de forma geral. O melhor a se fazer, caso você tenha esse problema, é ficar atento durante a preparação para identificar quais são os vícios posturais e, a partir disso, conseguir saná-los.
Finalmente, procure sempre ter atenção à postura geral durante a apresentação. Para exprimir confiança, o apresentador deve evitar olhar para o chão ou manter os ombros recaídos, pois são formas que comprometem sua credibilidade. Lembre-se de que o público deve sentir confiança no orador, identificando nele uma autoridade no assunto.
Dica #6 – Fique atento às pausas
Tal como a postura, as pausas são um elemento essencial de qualquer apresentação. Pausas em excesso ou insuficientes podem levar o público a perder a concentração ou o interesse no assunto. Além disso, pausas muito longas também comprometem o ritmo da exposição, pois distanciam, no tempo, o desenvolvimento de um raciocínio.
Por isso, para dominar uma das técnicas de oratória, procure selecionar os momentos adequados a cada tipo de pausa. Por exemplo, para as fases de transição de argumentos, faça aquelas mais longas; quando apresentar exemplo ou trazer um dado, faça outras mais curtas.
Para medir o tamanho da pausa, o melhor é sentir a própria exposição e as reações do público. Caso você o sinta curioso, você poderá dar menos pausas entre um tópico e outro. Mais do que isso, você também poderá utilizar as pausas para criar tensão narrativa, o que também é um recurso válido para gerar interesse.
Dica #7 – Seja objetivo
Qualquer apresentação tem sempre o objetivo precípuo de comunicar. Para isso, o orador deve se esforçar para manter o público interessado e atento, sem que incorra em digressões desnecessárias. Em outras palavras, a apresentação deve transmitir um assunto de forma clara e direta.
Imagine um palestrante que deva discorrer a respeito de um projeto específico em que tenha trabalhado. Porém, ao fazê-lo, ele gasta a maior parte do tempo contando casos que não se relacionam diretamente com o assunto. Com certeza o público não vai seguir curioso por muito tempo, já que o tema não é aquele pelo qual se interessou inicialmente.
Por essa razão, segundo as melhores técnicas de oratória, é essencial ser objetivo ao apresentar o assunto. Isso, claro, não quer dizer que não se possa trazer exemplos que se relacionem indiretamente com o tema. Lembre-se de que exemplos são um recurso discursivo importante e que, além de ampliarem a informatividade do assunto, servem para estabelecer vínculos entre as pessoas.
Portanto, tenha sempre em mente que, ainda que haja certa digressão, ela deve servir à estratégia narrativa da apresentação, ou seja, deve trazer elementos que corroborem os argumentos ou que demonstrem a validade de algumas das afirmações feitas.
Dica #8 – Storytelling – Conte uma história
Uma das melhores recomendações para fazer uma apresentação que engaje o público e o mantenha curioso é estruturá-la sob um formato narrativo. Em outras palavras, procurar empregar uma das técnicas de oratória conhecida como storytelling, em que o assunto é exposto como se fosse uma história, ou seja, com ambiente, personagens, evolução temporal, além de outros elemtnso típicos da narração.
O interessante é observar que os ouvintes criarão um quadro mental a respeito do assunto que lhes está sendo apresentado. Com isso, aumentar-se-ão a curiosidade e a concentração ao longo da história.
É possível usar a técnica de storytelling para mais do que contar a história. Ela pode também ser empregada para subverter as expectativas do público. Para isso, basta apresentar uma situação, com um problema bem definido e identificado, mas que, aparentemente, não possui resposta. Em seguida, exponha as soluções encontradas e os aprendizados retirados, surpreendendo os ouvintes.
O storytelling pode também ser utilizado de forma parcial. Nesse caso, ele não será a coluna vertebral da apresentação, mas estruturará os exemplos ou alguns raciocínios desenvolvidos serão expostos nesse formato. Separamos um vídeo do TEDX, em que se expõe o poder do storytelling. Não esqueça de ativar as legendas em português nas configurações. 🙂
Dica #9 – Não incorra em vícios de linguagem
As melhores técnicas de oratória recomendam evitar vícios de linguagem que possam prejudicar a compreensão das ideias apresentadas. Nesse caso, deve se dar especial atenção aos desvios linguísticos que comprometam tanto a pronúncia quanto o sentido do texto.
Por exemplo, o emprego excessivo de estrangeirismos, arcaísmos ou mesmo preciosismo pode prejudicar a compreensão do público não versado nos vocábulos selecionados. Da mesma maneira, eventuais incorreções gramaticais, como solecismos ou barbarismos, podem também afastar os ouvintes da apresentação, pois romperão a lógica sintática necessária para entender o argumento.
Dica #10 – Amplie os recursos comunicativos
Uma apresentação permite que sejam utilizados diversos recursos interativos para a comunicação. Portanto, procure aproveitar as diversas possibilidades incorporando elementos audiovisuais para contar a história ou expor a ideia de seu interessa.
Você poderá utilizar, por exemplo, softwares como PowerPoint e o Prezi, os quais poderão auxiliar na organização das ideias, além de deixarem a exposição mais dinâmica, com imagens, sons e outros efeitos interativos.
Dica #11 – Interaja com o público
Uma das técnicas de oratória mais utilizadas ensina que o público é formado por pessoas. Isso quer dizer que é possível, e também recomendável, que ocorram interações com ele.
Quanto mais longa for a palestra, mais se recomenda fazer provocações ou promover o engajamento da plateia, pois, com o tempo, é normal que o interesse e a concentração se dissipem.
Portanto, procure fazer perguntas ao público, ainda que de natureza exclusivamente retórica, ou mesmo se dê a oportunidade de atribuir atividades às pessoas. Tudo isso serve para manter a atenção ao longo da apresentação.
Dica #12 – Evite muletas argumentativas
Primeiramente, vamos esclarecer que muletas argumentativas correspondem à locução ou à expressão empregadas, de modo sintaticamente desnecessário, para articular uma ideia, sem, contudo, ampliar as informações sobre o assunto. São alguns exemplos de muletas argumentativas as expressões: “é notório que”, “é perceptível que”, “nota-se que” etc. Em nenhum desses casos, o conteúdo é efetivamente ampliado. Na verdade, ele resta, em termos semânticos, exatamente igual à situação em que essas muletas não fossem empregadas.
Tal como na modalidade escrita, muletas argumentativas não são bem vistas em exposições orais. Entretanto, diferentemente do primeiro caso, em apresentações, elas poderão ocorrer, desde que com moderação.
Obviamente, a linguagem oral permite maiores doses de informalidade, de maneira que não se veem grandes problemas em se utilizar desses elementos discursivos. Todavia, o orador deve estar atento para não abusar deles, pois, nesse caso, haverá uma poluição da comunicação.
Técnica #13 – Se permita usar humor para interagir com o público
Como dito, uma boa apresentação é aquela que consegue engajar o público. Talvez uma das melhores ferramentas para esse fim seja o humor. Contudo, empregar de recursos humorísticos pode ser perigoso, pois abre margem para interpretações, além de depender da própria subjetividade da plateia. Em outras palavras, o que pode ser julgado engraçado para o orador pode não o ser para diversas pessoas do público.
Por isso, ao organizar a sua apresentação, procure avaliar alguns:
- As pessoas da plateia vão entender o humor?
- Qual a faixa etária do público? Eles tem experiências muito distintas?
- Qual a formação dos ouvintes? Eles conseguirão entender o tipo do humor feito?
Técnica #14 – Aceite suas limitações na oratória e não se cobre tanto
Ao encarar as pressões para fazer uma apresentação perfeita, talvez nos esqueçamos do mais importante. Ao assumirmos a posição de palestrante, não deixamos de ser humanos e, como tal, estamos sujeitos a erros. Uma das boas técnicas de oratória é aprender a não se cobrar tanto. Afinal, a plateia não espera isso de você. Na verdade, não saber um detalhe ou outro é algo que humaniza o orador e o aproxima da audiência.
Além disso, não tenha medo de errar. O público sabe que isso é algo comum e não espera que você seja um robô que não cometa erros. Para se ter uma ideia, o autor norte-americano Michael Erard, em seu livro “Um. . .: Slips, Stumbles, and Verbal Blunders, and What They Mean“, conta que erros de fala – como gaguejar, esquecer palavras, errar sons – costumam ocorrer, em média, uma vez a cada dez palavras. Isso corresponde a um número bastante alto, o suficiente para ter acostumado o público às suas ocorrências.
Portanto, se você tropeçou em uma fala, siga em frente. Não só isso irá preservar o ritmo da apresentação, como também irá dar à plateia uma sensação de segurança em relação ao palestrante.
Técnica #15 – Busque por bons exemplos de oratória
A prática pode, muitas vezes, não levar à perfeição, mas com certeza nos levará a melhores resultados. Com isso em mente, procure assistir alguns dos grandes oradores e estudar suas apresentações. Isso lhe dará bons exemplos de recursos retóricos que podem ser incorporados no seu trabalho. Além disso, com o tempo, você poderá identificar cada técnica empregada por eles, selecionando aquelas que julga mais interessantes para o seu tema.
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