Aprendendo Preposições!

Preposições

Post sobre preposições para concurso público, com questões comentadas da FGV.

O que são preposições e qual a importância delas?

As preposições são, como as conjunções, conectivos. São classes que desempenham função de ligação; ambas classes ligam, mas entre elas há a seguinte diferença: a preposição liga palavras: substantivo a substantivo, substantivo a adjetivo, substantivo a verbo, adjetivo a verbo, etc. Já a conjunção liga orações.

Na expressão “mesa de madeira”, de é preposição porque liga a palavra mesa à palavra madeira. Já nesta outra expressão “A mesa rachou, mas não quebrou”, o mas é conjunção porque está ligando a oração a mesa rachou à oração não voltou.

A preposição é, portanto, uma palavra invariável, que tem por função ligar o complemento à palavra completada. Tais palavras se denominam preposições(do lat. prae = diante de, mais positionem = posição) pelo fato de porem na frente de uma palavra outra que a completa.

Para saber mais sobre o outro grupo de conectivos, as conjunções, veja nosso post: post sobre conjunções

Classificação de preposições

As preposições se dividem entre essenciais e acidentais. As essenciais são as que desempenham somente a função de preposição. As acidentais são palavras de outras classes que são eventualmente empregadas como preposição. Por exemplo, a palavra conforme, que normalmente é empregada como adjetivo, pode ser preposição como no caso “produto conforme as normas”, pois liga a palavra produto com normas.

As preposições essenciais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

As preposições acidentais são, por exemplo: conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvante, salvo, segundo, tirante.

Valor semântico das preposições

De acordo com o sentido que as preposições indicam, podemos dividi-las de acordo com seu valor semântico, como preposições de lugar, modo, tempo, distância, causa, instrumento ou finalidade. Vejamos alguns exemplos:

Lugar:

  • O avião veio de Minas Gerais.
  • Fui ao supermercado.
  • Morava em Jundiaí.

Modo:

  • As crianças eram colocadas em fila.
  • As testemunhas estavam contra ela.
  • As pessoas estavam em júbilo.

Tempo:

  • Por meses ele viveu comigo.
  • Após alguns dias, o vi.
  • O dia do Natal é 25 de dezembro.

Distância:

  • A cinco quilômetros vi a batida.
  • Correu até onde conseguiu.
  • Fui até a casa.

Causa:

  • Com a seca, a mata pegou fogo.
  • Meu pé está doendo de tanto andar.
  • Morreu de desgosto.

Instrumento:

  • Ele cortou o papel com a tesoura.
  • Abriu a porta com o pé.
  • Já tentou com um pé de cabra.

Finalidade:

  • O Altar foi enfeitado para a Missa.
  • Saí para trabalhar.
  • Ele subiu para descansar.

Combinação e contração

A contração é o fenômeno da junção da preposição com um artigo ou pronome, formando uma só palavra. Os grupos de contração são: de + artigo ou pronome, em + artigo ou pronome e per + artigo. É o caso de contração quando há perda fonética.

  • DE + artigo: do, da, dos, das;
  • + demonstrativo: deste, desta, disto;
  • +pessoal: ele, dele, dela;
  • +adverbio: daqui, dai, dali, donde;

  • EM+artigo: no, na, num, numa, nuns, numas;
  • +demonstrativo: neste, nesta, nisto;
  • nesse, nessa, nisso;
  • naquele, naquela, naquilo;
  • +pessoal ele: nele, nelas;
  • +indefinido outro: noutro, noutra;

  • PER+artigo: pelo, pela.

Já a combinação é o fenômeno operado sem perda fonética, como em a + o = ao, a + os = aos, a + onde = aonde.

A crase – à(s), àquele(s), àquela(s), àquilo – é uma contração.

Locução prepositiva

Há preposições que se apresentam sob a forma de locuções: além de, antes de, aquém de, até a, dentro em, dentro de, depois de, fora de, ao modo de, à maneira de, na conformidade de, depois de, fora de, ao modo de, à maneira de, na conformidade de, junto de, junto a, devido a, ao través de, a par de, etc.

Não há porque confundir-se entre as locuções prepositivas e adverbiais, pois elas se distinguem por traços bem característicos.

As locuções prepositivas têm por última palavra uma preposição, já as locuções adverbiais nunca são assim. Além disso, as locuções prepositivas tem uma relação profunda com a estrutura da frase, já as adverbiais são mais independentes e costumam ser entre vírgulas e, não raro, poderem se ausentar completamente de uma frase sem desfigurar seu pensamento essencial. Por exemplo, se tirássemos a locução prepositiva em negrito da frase “estava nervoso em vez de calmo”, a frase não faria nenhum sentido. Entretanto, se tirássemos a locução adverbial de “ele chegou de repente”, a frase ainda sim faria algum sentido.

Hora de treinar

Respondas as questões e confira as respostas abaixo.

1. FGV(2024 – PM-SP)

A preposição DE mostra inúmeros valores semânticos, ou seja, muitos sentidos. Assinale a frase em que essa preposição tem seu valor corretamente indicado.

  • (A) Com a inundação, o castelo, no alto do morro, ficou cercado de gente. / agente
  • (B) A chaleira de água quente ficou afastada das crianças. / continente
  • (C) Os quadros de Portinari valem muito. / propriedade
  • (D) As mulheres de classe são atraentes. / assunto
  • (E) Vieram de ônibus para a festa da matriz. / modo

Resposta: A

Comentário:
Aqui, “de gente” indica quem realizou a ação de cercar o castelo. Em construções passivas, a preposição “de” pode marcar o agente da passiva: “o castelo foi cercado de gente” → “gente” é o agente.

2. FGV(2025 – PM-SP)

Assinale a frase em que a preposição DE tem valor de origem.

  • (A) A caixa de papelão contém lápis.
  • (B) O vinho de Portugal é do tipo verde.
  • (C) Sapatos de couro são caros.
  • (D) De real em real, ele ficou rico.
  • (E) O depósito de bebidas estava cheio.

Resposta: B

Comentário:
Aqui, “de Portugal” indica de onde vem o vinho, ou seja, sua origem geográfica. Esse é um uso muito comum de “de” para indicar procedência: “um queijo de Minas”, “uma peça de Roma”.

Erro comum: confundir com material (“de papel”), conteúdo (“de água”), ou característica

3. FGV(2022 CBM-RJ)

Assinale a frase em que ocorreu a troca indevida entre sob e sobre.

  • (A) “Odeio as combinações hipócritas do absolutismo dissimulado sob as formas democráticas ou republicanas”(Rui Barbosa).
  • (B) “A história, na verdade, é pouco mais que um registro de crimes sobre as loucuras e as desgraças da humanidade”(Gibbon).
  • (C) “Escreve as ofensas na areia e os benefícios sob o mármore”(Benjamin Franklin).
  • (D) “A metafísica está no ar. Não podemos senão deixá-la ali, pois estamos sob ela”(Clemenceau).
  • (E) “Não há uma ideia nascida de um espírito humano que não tenha feito correr sangue sobre a terra” (Charles Maurras).

Resposta: C

Comentário:
A expressão correta seria “sobre o mármore”, para contrastar com “na areia”.

  • “Na areia” → efêmero, fácil de apagar
  • “Sobre o mármore” → duradouro, gravado
    “Sob o mármore” seria incorreto, pois “sob” indica algo debaixo, o oposto do sentido pretendido.

Erro comum: confundir “sob” (embaixo) com “sobre” (em cima) em sentido figurado.

Conclusão

Em breve, publicaremos um post com dicas sobre o uso de preposições na redação. Esperamos que essa publicação tenha sido proveitosa para sua jornada de estudo e que te ajudem a conquistar a tão sonhada oportunidade no serviço público! E, para quem quer estudar para concursos com profundidade, estimulo que assinem um curso da Professora Flávia Rita, que possui cursos para as principais bancas e editais: cursos para concurso. Não deixe também de ver a aula abaixo da professora Flávia Rita sobre o mesmo assunto!