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Coesão Textual – Você sabe o que é?

Equipe Flávia Rita

Coesão Textual – Você sabe o que é?

Nesse texto, você irá entender o que é e como estabelecer a coesão do seu texto. Lembre-se de que a forma de progressão das ideias é, muitas vezes, um dos critérios avaliados pelas mais variadas bancas examinadoras, de modo que fazer um texto coeso é determinante para se obter uma boa nota nas questões discursivas.

COESÃO TEXTUAL

Primeiramente, vamos esclarecer o que se entende, gramaticalmente, como coesão textual:

Coesão textual corresponde ao processo de estruturação sintática da língua que tem por objetivo estabelecer relações lógicas e de sentido entre diferentes elementos do texto. Em outras palavras, a coesão pode ser equiparada ao processo de costura de um tecido.

O que é um texto coeso?

Um texto coeso corresponde àquele estruturado com diversos elementos de articulação e com argumentos logicamente encadeados, a partir dos quais a tese é expressa com clareza e fluidez.

Embora a coesão seja recomendável para a devida transmissão do sentido pretendido, ela não é condição sine qua non para a legibilidade ou para a compreensão da ideia. É o que explica, por exemplo, Mario Vilela e Ingedore Koch, no seguinte excerto de sua gramática:

Se é verdade que a coesão não constitui condição necessária nem suficiente para que um texto seja texto, não é menos verdade, também, que o uso de elementos coesivos dá ao texto mais legibilidade, explicitando os tipos de relações estabelecidas entre os elementos linguísticos que o compõem. Assim, em muitos tipos de textos científicos – didáticos, expositivos e opinativos, por exemplo – a coesão é altamente desejável, como mecanismo de manifestação superficial de coerência. (VILELA; KOCH, 2001, p. 467).

Portanto, observa-se que é possível expressar sentido claramente ainda que o texto esteja carente de elementos coesivos. Contudo, para as provas de vestibular e as de concursos públicos, o uso de articuladores e o encadeamento adequado de ideias são critérios que, normalmente, compõem a grade de correção e, por isso, são determinantes para a nota.

Isso obriga o candidato a se preocupar com a construção de um texto “bem amarrado” ou, em outras palavras, coeso e coerente.

Como construir um texto coeso?

Quais ferramentas se têm à disposição para gerar coesão entre as frases, entre as orações ou mesmo entre as ideias?

Para construir um texto coeso, deve-se atentar ao respeito às regras de coerência e do norma culta, sobretudo na organização dos períodos por meio dos uso de sinais de pontuação.

Se você tem interesse em aprender como elaborar um texto coeso e coerente, dentro dos padrões das principais bancas do país, não deixe de ver os cursos de Oficina de Redação! Confira nossa aula de estrutura textual e aprenda como construir um texto realmente organizado!

TIPOS DE COESÃO TEXTUAL

Conforme apontado pela gramática normativa, é possível se utilizar de três diferentes tipos de coesão para gerar a amarração dos elementos textuais:

  • Coesão referencial
  • Coesão sequencial
  • Coesão lexical

Vamos explicar cada uma com calma:

Coesão Referencial

A coesão referencial se faz com o uso de elementos de referenciação, ou seja, com o emprego de pronomes pessoais, relativos e demonstrativos, de advérbios e também com palavras que se encontrem contextualizadas, denominadas dêiticas.

Na coesão referencial, portanto, são utilizados componentes para se estabelecer uma relação de sentido com os demais termos do texto. Vamos ver alguns exemplos:

Coesão referencial por uso de pronomes

  • (Caso de pronome pessoal) Mauro disse que não iria na festa. Ele não se sentia bem.
  • (Caso de pronome relativo) Ele dizia que a casa que morava era aconchegante.
  • (caso de pronome demonstrativo) Brigas em sala de aula? Isso não pode ocorrer nunca mais!
  • (caso de dêiticos) Eu não aceito que ela falte hoje…

Observe que, em cada um dos exemplos, um termo já expresso na frase foi substituído por outro, de maneira a se evitar a repetição de palavras e promover uma maior articulação entre as orações.

Já o último caso, utilizou-se de um conhecimento prévio do leitor a respeito dos indivíduos (eu quem? Ela quem?) e das circunstâncias (faltar em que? Qual o dia de hoje?).

Além disso, quando se desenvolve uma coesão por meio de pronomes, é possível que ela ocorra tanto de forma anafórica (quando há precedência do referente) quanto catafórica (quando o pronome precede o referente). Por exemplo:

  • (caso de anáfora) Guimarães Rosa era um exímio escritor. Ainda hoje, ele é conhecido por seu amplo vocabulário.
  • (caso de catáfora) Ele se destacou por sua obra impar, com estética e vocabulário característicos. Guimarães Rosa era um verdadeiro gênio.

Coesão Sequencial

A coesão sequencial, por sua vez, decorrerá do uso de partículas sequenciadoras, ou seja, de termos que, ao se inter-relacionarem, estabelecerão o desenvolvimento progressivo do texto.

Essa progressão poderá se dar tanto no aspecto temporal quanto no espacial, a serem desenvolvidos de acordo com o contexto. Poderão, também, ser empregados conectores, a exemplo das conjunções.

#1 Coesão sequencial temporal

No desenvolvimento temporal do texto, a coesão sequencial se faz mediante o emprego de partículas de encadeamento, ou seja, de palavras que estabeleçam uma relação lógico-temporal com os termos que as precedem ou sucedem.

Por exemplo: Maria abriu os olhos; levantou da cama; escovou os dentes. Tudo para se contemplar no espelho e encarar a face de cansaço.

Observe que trecho acima apresenta uma sucessão de eventos estabelecida por meio dos verbos – abrir, levantar, escovar, contemplar, encarar. Como eles descrevem uma sequência no comportamento de Maria, realizado dentro de unidades de tempo, esses verbos geram a coesão temporal.

#2 Coesão sequencial espacial

Da mesma maneira, partículas locativas podem promover a coesão espacial do texto. Isso ocorrerá sempre a evolução textual for realizada pela sequência de termos espaciais.

Por exemplo: Ana se espantou ao se deparar com a sala de Maria. À esquerda, viu um quadro de Mondrian; à direita, panos de prato de Burle Marx; ao centro, um sofá de pontas alongadas que parecia convidá-la para observar o piano de cauda que estava logo a frente.

No trecho, é possível perceber que as inúmeras elipses não ocasionam prejuízo ao desenvolvimento do texto, pois as palavradas locativas (que estabelecem uma relação espacial) mantem a coesão ao referir-se ao local dentro da sala onde se encontravam os objetos mencionados.

Coesão Lexical

Por fim, a coesão lexical utiliza-se da variação vocabular para estabelecer a articulação entre trechos diferentes. Pode ocorrer de duas formas: por reiteração lexical, ou seja, a repetição de palavras gráfica e semanticamente iguais, e por substituição lexical, consistente na troca por termos com campos semânticos diferentes, porém semelhantes.

Ne segundo caso, empregam-se palavras que apresentam relações de sentido claras com o que foi exposto, mas cujo campo semântico não seja idêntico, como sinônimos, antônimos, hiperônimos, hipônimos, entre outros.

#1 Coesão lexical por repetição

Veja os seguintes exemplos de coesão lexical por repetição:

  • Sena foi o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. Sena foi também um herói brasileiro.
  • Augusto foi um estadista, um imperador que fez florescer o império. Augusto fez justo o sentido de augusto.
  • Da janela, ela olhava; na janela, ela contemplava; para a janela, eram direcionados os olhares da multidão.

#2 Coesão lexical por substituição

Agora observe a coesão lexical por substituição:

  • Sol raiava; a estrela incandescente alumiava o céu, trazendo luz aos dias.
  • Iemanjá era a protetora da Bahia; a Rainha do Mar protegia as mulheres e os marinheiros.
  • João fala a verdade? Ou preferiu a mentira? (caso de coesão lexical por antonímia)

#3 Coesão lexical por colocação

Além dessas formas, a coesão lexical por ocorrer pelo o que alguns gramáticos chamam de colocação. Nesse caso, a relação de sentido é estabelecida a partir do contexto apriorístico entre dois termos semanticamente diferentes, desde que possuam alguma relação. Por exemplo:

  • Minas resistirá aos ataques até o último pão de queijo.
  • A Bahia jamais desistirá, custe o acarajé que custar.
  • O Rio de Janeiro jamais desistirá de seu Pão de Açúcar.

Observe que nesses últimos caso, as relações de sentido somente são possíveis porque há uma relação de identificação anterior entre as palavras. Dessa forma, é possível a construção de coesão textual lexical, ainda que o campo semântico seja diferente.


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