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ToggleGESTÃO DAS EMOÇÕES
A Inteligência emocional é um conceito relacionado à chamada “inteligência social”, presente na psicologia e criado pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman. Nesse sentido, um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade. As pessoas que desenvolvem a habilidade de reconhecer seus pontos fortes e fracos apresentam ganhos tanto na vida pessoal quanto na vida profissional, se comparadas a indivíduos que se gerenciam a partir do julgamento de outras pessoas. Uma das grandes vantagens das pessoas com inteligência emocional é a capacidade de se automotivar e de seguir em frente, mesmo diante de frustrações, de situações inesperadas, de problemas financeiros ou pessoais. Entre as características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, praticar a gratidão e motivar as pessoas, além de outras qualidades que podem ajudar a encorajar os indivíduos de uma maneira efetiva.
De acordo com Goleman, a inteligência emocional pode ser subdivida em cinco habilidades específicas:
- Autoconhecimento emocional
- Controle emocional
- Automotivação
- Empatia
- Desenvolver relacionamentos interpessoais (habilidades sociais)
O “controle” das emoções e dos sentimentos, com o intuito de conseguir atingir algum objetivo, atualmente, pode ser considerado com um dos principais trunfos para o sucesso pessoal e profissional. Por exemplo, uma pessoa que consegue se concentrar no trabalho e finalizar todas as suas tarefas e obrigações, mesmo se sentido triste, ansiosa ou aborrecida é valorizada e, por isso, acaba obtendo mais reconhecimento. Por outro lado, alguém que falta ou se torna improdutivo sempre que enfrenta um conflito de ordem pessoal (brigas de casal, problemas com os filhos, questões financeiras…) tem menos chances de crescimento profissional e, por isso, pode até se frustrar ainda mais em âmbito pessoal. Não estou falando que devemos ignorar nossas emoções, mas é essencial separar o campo emocional gerador da emoção. Se o problema é pessoal, não faz sentido leva-lo para o trabalho e vice-versa. Aliás, em certos casos, o trabalho pode aliviar as pressões da vida pessoal, como o contrário também pode ocorrer. Quando estava doente, o único lugar que me fazia esquecer completamente o que eu enfrentaria em poucos meses era a sala de aula. Olhava aquele universo de pessoas – cada uma com suas dores, seus anseios, seus problemas e frustrações – e pensava comigo mesma: não tenho o direito de colocar o meu problema na frente de tantos outros problemas. Ainda refletia mais: o que eu ganho se abandonar minha empresa, meus sonhos, meus alunos? Já estou com um problema, não preciso me criar outros. E, assim, trabalhei até a véspera da cirurgia para a retirada do tumor. Claro que precisei de faltar algumas vezes. Obvio que vivi dias de medo e sofrimento, mas abandonar o que levei anos para construir nunca foi uma opção para mim (nem morrer de câncer). Se a cada problema pessoal, financeiro ou de trabalho adiarmos nossos sonhos, vamos morrer sem realizá-los. Não existe hora perfeita, tempo perfeito, condição perfeita, faça com que dê certo no meio de tanta imperfeição. Perfeitas são apenas as histórias dos contos de fada e a vida das pessoas que conhecemos muito de longe. De perto, sempre haverá obstáculos a serem superados.
A inteligência emocional, para grande parte dos estudiosos do comportamento humano, pode ser considerada mais importante do que a inteligência mental (o conhecido QI), para alcançar a satisfação em termos gerais.
Desenvolva sua inteligência emocional
É possível desenvolver a inteligência emocional por meio de técnicas que trabalham as competências individuais. Convido você a fazer um exercício para trabalhar e promover sua inteligência emocional, permitindo, assim, a realização de seus objetivos. Esses exercícios devem ser feitos com frequência para terem algum efeito prático na sua gestão emocional.
Para aprender a gerenciar suas emoções de modo autônomo, preparei um roteiro simples, que pode ajudá-lo a se desenvolver emocionalmente.
Responda sempre por escrito às cinco perguntas abaixo com certa frequência. No início, uma vez por semana; depois de alguns meses, uma vez a cada 15 dias; depois, uma vez por mês; depois a cada dois meses. Tire um tempo para comparar as respostas, ver o que mudou e, principalmente, por que mudou.
1. Eu me conheço?
Esta é a área do autoconhecimento e da sinceridade que cada um tem consigo mesmo. “Sou aberto a críticas, sou tímido, preocupo-me com a opinião dos outros, tenho traços de agressividade, sou ansioso, sou monogâmico, sou aberto a experiências, preocupo-me com a vida dos outros, gosto muito de comer, gosto muito de sexo, sou estudioso, sou otimista, sou realista, tenho senso de prioridade, respeito regras e convenções, cumpro horário, dou desculpas, minto com frequência, ajo por impulso, sei me desculpar, assumo meus erros, gasto meu tempo com pornografia, gosto de coisas caras, sou invejoso, sou egoísta, sou organizado… “Enfim, assuma-se para você. Após essa análise, vejo o que você gostaria de mudar e comece um processo de reconstrução. O mais importante não é, necessariamente, mudar, mas ser capaz de prever como agirá diante das mais variadas situações. Nesse contexto, você será capaz de avaliar suas próprias habilidades de forma verdadeira, abrindo-se para feedbacks e para o reconhecimento de como as emoções afetam seu desempenho e sua maneira de agir.
2. Eu me gerencio?
A maioria das pessoas não se gerencia. Só na expressão fácil, já é possível perceber o quão abalada uma pessoa está diante de um fato inusitado. Não saber se controlar é não gerenciar a própria vida. Não estou falando de abrir mão das emoções, mas em saber usá-las a seu favor. Não parei minha vida quando tive um câncer. Não parei minha vida quando perdi minha mãe. Não parei minha vida quando perdi meu pai. E o motivo é o mais simples de todos – eu não morri. Eu estou viva e preciso gerenciar minhas emoções para que outras áreas da minha vida não sejam afetadas por um problema específico. Claro que nas três situações chorei, sofri, mas não desisti de mim nem dos meus propósitos. Gerenciar emoções é a capacidade de administrar seus impulsos para não perder o controle, de adaptar-se às situações, de ter foco. Para isso, é necessário ter flexibilidade e ter autoconhecimento para suportar momentos de dor ou de pressão.
3. Sinto-me motivado?
Todos os dias, você precisará de motivos para continuar na sua trajetória. Muitas vezes, você questionará seus próprios objetivos porque se sentirá longe de alcançá-los. Mas não desista de você, não desista de seus sonhos. Para alcançar objetivos pessoais, é preciso estar pronto para agarrar as oportunidades, superar os obstáculos e aprender com os próprios erros. Trabalhe constantemente na busca por resultados positivos e esteja sempre motivado. Motive-se e busque conviver com quem o motiva. Tente analisar se suas decisões são motivadas pelo medo de perder ou pela esperança de ganhar. Para se motivar, o foco terá sempre que girar em torno do que se ganha. Se você pensar no que pode perder, deixará de fazer muita coisa que poderia ter dado certo. Inspire-se. Leia histórias de sucesso. Afaste do seu convívio pessoas negativas. Busque apoio. Diga a você mesmo que, se é possível, você conseguirá realizar. Quando abri o curso, pensei exatamente assim. Ouvi muita gente me chamando de louca. Os pessimistas só apontavam as possíveis perdas, os problemas, as dificuldades. Fiz vista grossa. Aumentei a minha voz interna. Eu vou ganhar autonomia, eu vou ter meus filhos por perto, eu vou montar a grade com a carga horária que eu quiser, eu vou crescer… foquei no que eu poderia ganhar! Li histórias inspiradoras como a do Renato Saraiva, também dono de curso. Abri meus ouvidos e meu coração só para opiniões positivas. Cerquei-me de pessoas que me apoiavam e, hoje, estou com aulas online vistas em todo o Brasil. Problemas? Tenho vários – pirataria, prazo, conteúdo… Mas, independentemente do caminho escolhido, haverá pedras! Só que isso não significa que você não conseguirá alcançar os seus objetivos. Não espere que os outros se convençam do que você é capaz. Convença-se e você realizará o inimaginável para outras pessoas.
4. Eu conheço as pessoas que convivem comigo?
Conhecer o outro é, antes de tudo, respeitar seus posicionamentos, suas crenças, seus valores. Nessa fase, é preciso demonstrar sensibilidade ao ponto de vista do próximo, conquistar a confiança alheia e, se possível, aumentar o nível de satisfação das pessoas com as quais convivemos. Tente sempre enxergar as diferenças como uma oportunidade de desenvolvimento pessoal. Faça uma avaliação sobre sua capacidade de se colocar no lugar do outro. Se for necessário, liste as qualidades, os talentos e as dificuldades das pessoas à sua volta. No entanto, à medida que conhecemos as pessoas que nos cercam, conseguimos, com maior clareza, avaliar o quanto elas nos aproximam ou nos afastam de nossos objetivos. Às vezes, temos de cortar vínculos emocionais para nos realizarmos individualmente. No trabalho, somos forçados a administrar diferenças, mas na vida pessoal elas devem ser pesadas, avaliadas e ponderadas. O que eu ganho e o que eu perco convivendo com essa pessoa desse jeito? Não se trata de ganhos financeiros ou prejuízos, mas de benefícios (ou perdas) emocionais advindos de um convívio saudável (ou não). Pergunte-se sempre se aquela pessoa é capaz de se alinhar à sua vida, aos seus anseios ou se, por outro lado, você está se distanciando de você mesmo por influência de terceiros. Há objetivos de vida de três tipos: compatíveis (comuns), conciliáveis (diferentes, porém não excludentes) e inconciliáveis (por natureza, excludentes). Avalie criteriosamente suas parcerias de vida para não se frustrar em favor dos sonhos de outra pessoa.
- Eu me afasto de práticas “coitadistas”?
A prática de pensamentos negativos pode gerar desânimo, baixa estima e afastar pessoas da sua convivência. No âmbito dos projetos pessoais, essa prática é ainda mais prejudicial, pois inviabiliza o indivíduo de sonhar e de acreditar no potencial de outras pessoas. Os “coitadistas” clássicos são facilmente notados, nunca mudam, não saem do lugar, são cansativos, repetitivos, pessimistas, propagandistas de notícias ruins, de histórias de fracasso, de obstáculos à realização de qualquer sonho. Todos nós temos algumas doses de coitadismo em nossa personalidade, ainda que imperceptíveis. Eu cuido para que essa prática seja reduzida a esferas mínimas, trabalhando minha autoestima, tomando histórias de sucesso como referência, exercitando o otimismo diariamente. O coitadismo é uma masmorra psíquica que assola o prazer, amordaça o desenvolvimento das funções mais importantes da inteligência e bloqueia a excelência intelectual e emocional. Quem tem dó de si mesmo constrói seus alicerces psíquicos no vazio. Segundo Augusto Cury, os “coitadistas” são pessoas com notável potencial, mas que desperdiçam isso em função de sua notória negatividade. Incorporam o papel dramático e autopunitivo de que estão programados para serem fracassados.
Lidar com tantas emoções exige autonomia, autoconhecimento e autocontrole. Você é capaz de, conscientemente, fazer escolhas melhores. Para isso, você só precisa refletir sobre como lidará com suas emoções daqui por diante e, principalmente, sobre o quanto isso o aproximará (ou o afastará) de seus projetos de vida, de seus sonhos!