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Então você fez a prova do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, mas ficou com dúvida nas questões de português? Confira agora a prova comentada e resolva todas as suas dúvidas!
O concurso do TJCE 2019
O concurso para o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) foi organizado pela Fundação Getúlio Vargas e previu diversas vagas para cargos de nível médio, a serem preenchidas a partir da realização de provas objetivas e discursivas.
A Prova de Português aplicada pela FGV
A prova de língua portuguesa seguiu o padrão da FGV, trazendo diversos textos curtos e trechos a serem analisados pelos candidatos. No total, foram cobradas 22 questões, as quais exigiram, direta ou indiretamente, o conhecimento dos seguintes conteúdos:
- Morfologia
- Interpretação de texto
- Vocabulário, a partir do uso contextual de palavras e expressões sinônimas e antônimas
- Coesão e coerência
- Sintaxe do período simples e do período composto
- Uso de conectivos
- Verbo – flexão da voz ativa, passiva e reflexiva.
Não deixe de conferir a resolução da prova no nosso canal do YouTube:
Prova comentada do cargo de Técnico Administrativo para Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) 2019
1) O jurista romano Ulpiano formulou o seguinte pensamento: “Tais são os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence”.
Abaixo aparecem cinco diferentes maneiras de reescrever essa mesma frase; a reescritura que mostra uma forma inadequada é:
(A) Os preceitos do direito são tais: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence;
(B) Tais são os preceitos do direito: viver honestamente, dar a cada um o que lhe pertence e não ofender ninguém;
(C) Tais são os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar o que lhe pertence a cada um;
(D) São tais os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence;
(E) Viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence: tais são os preceitos do direito.
Gabarito: Letra C.
Comentário: A única reescrita que altera o sentido original é prevista na letra C, pois, ao transpor o segmento “a cada um” para após a forma “o que lhe pertence”, o sentido é alterado, pois o pronome oblíquo “lhe” passa a ter outro referencial que não “a cada um”. Assim, a letra C é o gabarito da questão.
2) “Amai a justiça, / vós que julgais a terra”.
Considerando que esse pensamento é composto por dois segmentos (separados por uma barra inclinada), sobre a sua estrutura, é correto afirmar que:
(A) o segundo segmento identifica a quem se refere o imperativo presente no primeiro segmento;
(B) o segundo segmento mostra a causa da afirmação contida no primeiro segmento;
(C) o segundo segmento explica o segmento anterior;
(D) o primeiro segmento indica a condição de o segundo segmento ser realizado;
(E) o primeiro segmento apresenta a consequência da ação presente no segundo.
Gabarito: Letra A.
Comentário: A letra A está correta, pois o segundo segmento identifica o sujeito referente do verbo “amar” no imperativo – “vós”. As letras B, D e E interpretam os segmentos, respectivamente, como uma relação causal, condicional e consecutiva, entretanto esse sentido não é percebido no trecho. A letra C afirma se tratar de uma explicação, quando, na verdade, se tem uma ordem.
3 Abaixo estão cinco frases com a negativa não; todas essas frases foram reescritas, eliminando-se essa negativa, mas mantendo-se o sentido original. A frase em que houve alteração do sentido original é:
(A) A justiça não existe onde não há liberdade / A justiça só existe onde há liberdade;
(B) Se temes a solidão, não tentes ser justo / Se temes a solidão, tenta ser injusto;
(C) O raciocínio e a pressa não se dão bem / O raciocínio e a pressa mostram más relações;
(D) Não existem amores feios / Só existem amores bonitos;
(E) Não se pode confiar em quem põe a mão no coração ao dar sua palavra / Pode-se desconfiar de quem põe a mão no coração ao dar sua palavra.
Gabarito: Letra B.
Comentário: A questão exige que seja identificada a alternativa em que ocorreu alteração do sentido original. As letras A, C, D e E apresentam a mesma relação semântica das formas originais, embora tenha ocorrido pequenas alterações nas palavras. A letra B, por sua vez, incorre em erro ao modificar o sentido da frase base, pois a ideia de “não tentar ser justo” não é equivalente a “tentar ser injusto”. Portanto, a letra B é o gabarito da questão.
4 “Excesso de direito, excesso de injustiça”. A forma adequada de indicar-se de modo mais explícito a relação lógica desse pensamento é:
(A) Se houver excesso de direito, haverá excesso de injustiça;
(B) O excesso de direito é sempre seguido do excesso de injustiça;
(C) Em havendo excesso de direito, desaparecerá o excesso de injustiça;
(D) O excesso de direito ocorre em função do excesso de injustiça;
(E) Quanto menor o excesso de direito, maior o excesso de injustiça.
Gabarito: Letra A.
Comentário: A oração traz uma relação condicional “se… então”. Assim, sua ideia será preservada por meio do emprego de uma conjunção condicional, a qual é identificada na letra A, gabarito da questão.
5 Observe o seguinte diálogo:
A – Não há justiça sobre a terra.
B – Por acaso, existe no céu? Sendo esse um texto argumentativo, o segundo argumentador apela para a seguinte estratégia:
(A) emprega um argumento de autoridade religiosa;
(B) utiliza-se de uma opinião pessoal como argumento;
(C) foge do assunto, apresentando uma pergunta;
(D) constrói um círculo vicioso;
(E) opõe-se ao primeiro, com apelo ao bom senso.
Gabarito: Letra C.
Comentário: O segundo argumento está embasado na retórica de inversão, em que, por meio de uma pergunta calcada em situação semelhante, promove a crítica e o questionamento a respeito de um aspecto natural, porém ignorado, do primeiro argumento – inexistência de justiça. Com isso, correta a letra C, por trazer interpretação correta da estratégia argumentativa utilizada.
6 “Se algum dia inclinares a balança da justiça, não o faças com o peso das doações, mas com o da misericórdia”. Esse pensamento de Dom Quixote condena o seguinte traço da justiça:
(A) os privilégios do Judiciário;
(B) a possibilidade de corrupção;
(C) a indiferença pelos mais pobres;
(D) o sentimentalismo exagerado;
(E) o tecnicismo excessivo.
Gabarito: Letra B.
Comentário: O substantivo “doações” simboliza a prática de compra da justiça, o que faria, no contexto do trecho, pender a balança para um dos lados. Portanto, correta a letra B.
7 “Quando um homem quer matar um tigre, chama isso de esporte; quando é o tigre que quer matá-lo, chama de ferocidade. A distinção entre crime e justiça não é muito maior”. Esse pensamento de Bernard Shaw se estrutura a partir de uma:
(A) igualdade;
(B) oposição;
(C) analogia;
(D) diferença;
(E) metaforização.
Gabarito: Letra C.
Comentário: O enunciado apresenta um caso de analogia, em que, por meio da comparação de duas situações distintas (o homem matar o tigre e o tigre matar o homem), encontram-se pontos de semelhança (mesma conduta de matar) com que evidenciam um sentido (valorização dependente dos agentes da ação). Assim, correta a letra A, gabarito da questão.
8 “É natural desejar que se faça justiça”. Se transformarmos a oração reduzida “desejar” em uma oração desenvolvida, a forma adequada será:
(A) que se deseje que se faça justiça;
(B) o desejo de que se faça justiça;
(C) que se desejasse que se faça justiça;
(D) o desejo de que seja feita justiça;
(E) desejarmos que se faça justiça.
Gabarito: Letra A.
Comentário: O enunciado apresenta uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo – “que se faça justiça”. Ao se desenvolver uma oração reduzida, será empregado um conector específico. No caso em questão, esse será a conjunção integrante “que”. Desse modo, o gabarito da questão é a letra B, pois foi corretamente usada a conjunção integrante, com respeito à forma e ao tempo verbal original.
9 A frase abaixo em que o termo sublinhado repete ou se refere a um termo anterior é:
(A) O justo é tranquilíssimo, o injusto é sempre muito solícito;
(B) Raspai o juiz, encontrareis o carrasco;
(C) Não pretendas ser juiz se não tens força para desenraizar as injustiças;
(D) É natural desejar que se faça justiça; a maior de todas as almas não ficaria insensível ao prazer de ser conhecida como tal;
(E) Causam menos dano cem delinquentes do que um mau juiz.
Gabarito: Letra D.
Comentário: A letra A, a qual se estabelece uma comparação entre o “justo” e o “injusto”, não apresenta ideia de retomada, motivo que a impede de ser a resposta da questão. A letra B também não estabelece uma retomada, mas acrescenta uma informação à frase. A letra C erra, tal como a assertiva anterior, ao acrescentar uma informação à frase. A letra D é o gabarito da questão, pois apresenta o pronome demonstrativo “tal”, referente à ideia de “ser reconhecida como a maior de todas as almas”. A letra E apresenta um adjetivo, de modo que não há referenciação de termos, apenas sua qualificação.
10 Se reconheces que algo é injusto, tenta pôr fim à injustiça o mais rápido possível: para que esperar o próximo ano? Essa frase critica um aspecto da justiça que é:
(A) a corrupção do Poder Judiciário;
(B) a ausência de funcionários competentes;
(C) o fato de os juízes desfrutarem de privilégios;
(D) a falta de responsabilidade dos magistrados;
(E) a demora no julgamento dos processos.
Gabarito: Letra E.
Comentário: A frase estabelece uma crítica à ausência de celeridade na tramitação dos processos judiciais, conforme se depreende dos trechos “o mais rápido possível” e “para que esperar o próximo ano”. Não há qualquer menção específica aos magistrados, aos funcionários da Justiça nem à corrupção em si. Portanto, o gabarito somente poderá ser a letra E.
11 Se reconheces que algo é injusto, tenta pôr fim à injustiça o mais rápido possível: para que esperar o próximo ano? A relação semântico-gramatical que existe entre injusto / injustiça se repete em:
(A) julgar / julgamento;
(B) dificultoso / dificuldade;
(C) rápido / rapidamente;
(D) roupagem / rouparia;
(E) figura / figuração.
Gabarito: Letra B.
Comentário: No enunciado, observasse a presença de um adjetivo – “injusto” – e de um substantivo – “injustiça”. Deve-se procurar pela mesma relação semântica-gramatical nas alternativas, logo, a letra A não pode ser a resposta, pois traz uma relação verbo-substantivo; a letra C tampouco atende o comando, dado trazer um adjetivo e um advérbio; e as letras D e E, ambas, apresentam dois substantivos apenas. Portanto, correta apenas a letra B.
12 “Quem critica a injustiça o faz não porque teme cometer ações injustas, mas porque teme sofrê-las”.
No caso desse pensamento de Platão, o verbo fazer substitui toda uma oração anterior (critica a injustiça); a mesma situação ocorre na seguinte frase:
(A) Arrepende-se quem faz o que não deve;
(B) Zangou-se com os amigos e fez uma longa denúncia;
(C) Decidiu viajar e fez isso rapidamente;
(D) Comprou um novo computador e fez o trabalho;
(E) Ficou preocupado e fez a viagem de repente.
Gabarito: Letra C.
Comentário: A questão exige conhecimento acerca dos chamados verbos vicários, ou seja, aqueles que são empregados no lugar de outro, de modo a evitar repetição. Entretanto, a retomada da oração será feita, tal como no enunciado, a partir do emprego de um pronome. De todo modo, o gabarito mantém-se inalterado, sendo a letra C, por ser a única que traz o pronome demonstrativo “isso”, o qual retoma a oração anterior “decidiu viajar”.
13 “Onde, sob os olhos dos juízes, o direito é derrubado pela iniquidade e a verdade pela mentira, são derrubados os próprios juízes”. Sobre a estrutura dessa frase, a única afirmação inadequada é:
(A) o termo inicial “onde” não se refere a nenhum lugar específico;
(B) no segmento “e a verdade pela mentira” está omitida a forma verbal “é derrubada”;
(C) no segmento “sob os olhos dos juízes” não se pode substituir a forma “sob” por “sobre”;
(D) no segmento “o direito é derrubado pela iniquidade” há um exemplo de voz passiva em que o sujeito (o direito) sofre a ação;
(E) no segmento “são derrubados os próprios juízes” não se pode colocar o sujeito (os próprios juízes) antes do verbo (são derrubados).
Gabarito: Letra E.
Comentário: Na letra A, o pronome relativo “onde” retoma lugar indefinido, logo, a assertiva traz interpretação adequada do trecho. A letra B apresenta afirmativa correta, pois, de fato, ocorreu omissão da forma verbal “é derrubada”. A letra C está correta, uma vez que a substituição alteraria o sentido original do trecho. Na letra D, observa-se o emprego da voz passiva analítica na locução “é derrubado”, sendo o sujeito paciente “o direito” e o agente da passiva a “iniquidade”. Desse modo, está plenamente de acordo com as estruturas sintáticas do trecho a afirmativa. A letra E, por fim, está incorreta, já que o deslocamento do termo “os próprios juízes” é possível sem prejuízo ao sentido ou à correção gramatical.
14 “Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem por quê, distingo apenas felizardos e desventurados”. Nessa frase do escritor italiano Ugo Foscolo, a função do segundo período é:
(A) contradizer o primeiro;
(B) explicar melhor o que é dito antes de forma vaga;
(C) repetir o mesmo pensamento já dito;
(D) justificar a declaração anterior;
(E) argumentar contra o primeiro período.
Gabarito: Letra D
Comentário: O trecho apresenta dois períodos: “Nunca serei juiz” e “Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem por quê, distingo apenas felizardos e desventurados”. Nessa estrutura, percebe-se que o segundo período tem a função de justificar o porquê o autor jamais seria um juiz. Portanto, a única alternativa que traz interpretação adequada ao enunciado é a letra D, o que a torna o gabarito da questão.
15 “Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem por quê, distingo apenas felizardos e desventurados”. Nesse pensamento, os termos “como” e “por quê” indicam, respectivamente:
(A) modo e causa;
(B) meio e explicação;
(C) meio e causa;
(D) causa e explicação;
(E) modo e explicação.
Gabarito: letra A
Comentário: Os termos “como” e “por quê” empregados na frase “[…] sem saber como nem por quê […]” exprimem sentido, respectivamente, de modo e de causa. Assim, a resposta correta é a letra A.
16 “Causam menos dano cem delinquentes do que um mau juiz”; no caso dessa frase, o vocábulo MAU está corretamente grafado; a frase abaixo em que esse mesmo vocábulo deveria ser grafado com a forma MAL é:
(A) Mau é o juiz, se má é a sentença;
(B) O castigo é mau, se não é justo;
(C) O crime é sempre mau feito;
(D) Todos devem combater o mau juiz;
(E) Nem sempre um mau homem é um mau jurado.
Gabarito: Letra C.
Comentário: A palavra “mau” é um adjetivo que exprime o oposto de “bom” e que pode aparecer substantivado na frase. Já “mal” pode ser tanto um advérbio quanto um substantivo. No enunciado, percebe-se que o termo foi empregado qualificando “Juiz”, de modo que a alternativa correta deverá oferecer o uso do termo como um adjetivo. Assim, a letra A está errada, pois apresenta a palavra substantivada, de maneira que é impossível sua grafia como “mal”. A letra B, tal como a anterior, apresenta um adjetivo que qualifica o nome “castigo”, sendo incorreto o grafar como “mal”. A letra C é o gabarito da questão, pois o termo é empregado incorretamente, já que, como advérbio, deveria estar escrito na forma “mal”. A letra D traz o uso correto da palavra, pois ela qualifica o substantivo “juiz”. Na letra E, ambos os usos estão corretos, não sendo possível a forma adverbial.
17 “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Indução é um processo lógico que parte do particular para o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
(A) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar também;
(B) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter chovido durante toda a noite;
(C) A torcida do Corinthians está presente em todos os jogos; domingo não deve ser diferente;
(D) O estacionamento do restaurante está cheio de carros; o lucro desse restaurante deve ser alto;
(E) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o meu automóvel enguiçou ontem.
Gabarito: Letra D.
Comentário: A letra A apresenta um processo dedutivo, em que, ao contrário do enunciado, parte do geral (todos os dias o metrô está cheio) para o particular (hoje deve estar também). A letra B traz também uma conclusão derivada de uma dedução, já que o geral (chuvas alagam as ruas) permite afirmar o particular (deve ter chovido toda a noite). A letra C, tal como as demais, apresenta um processo dedutivo, não atendendo o comando da questão. A letra D é o gabarito da questão, pois a conclusão decorre, conforme requerido pelo enunciado, de um processo indutivo, em que se parte do particular (estacionamento cheio de carros) para o geral (lucro alto). A letra E, por fim, se enquadra em um caso de dedução – asserção geral (carros brasileiros têm problemas) resultando na conclusão particular (meu carro enguiçou ontem).
18 A frase abaixo que mostra uma visão ironicamente negativa sobre a justiça é:
(A) Em geral, a lei é a razão humana, na medida em que governa todos os povos da terra;
(B) A lei é ordem; e uma boa lei é uma boa ordem;
(C) A majestosa igualdade das leis, que proíbe tanto o rico como o pobre de dormir sob as pontes, de mendigar nas ruas e de roubar pão;
(D) A lei deve ser breve para que os indoutos possam compreendê-la facilmente;
(E) O mundo não pode se sustentar sem justiça.
Gabarito: Letra C.
Comentário: Considera-se ironia a figura de retórica por meio da qual se altera o sentido original da ideia para o seu contrário. Com esse sentido em mente, percebe-se que as alternativas A, B, D e E não trazem qualquer sentido negativo sobre a justiça. A letra C, por outro lado, apresenta uma crítica irônica à justiça, a qual é qualificada como “majestosa” ao mesmo tempo em que resulta em resultados diferentes para os diversos extratos sociais.
19 “Sem instrução, as melhores leis tornam-se inúteis”. Esse pensamento deve ser entendido do seguinte modo:
(A) Se não houver educação dos cidadãos, as leis tornam-se inúteis;
(B) Se as leis não forem acompanhadas de instruções de funcionamento, tornam-se inúteis;
(C) Caso as leis não possuam instruções claras, elas se tornam inúteis;
(D) Só com a educação dos juízes, as leis podem tornar-se úteis;
(E) Se os juízes não forem pessoas cultas, as leis se tornam inúteis por não serem claras.
Gabarito: Letra A
Comentário: A letra A apresenta tradução pertinente ao pensamento do enunciado, já que a conjunção condicional “se” estabelece a relação de dependência entre a eficácia da lei e a consciência e o entendimento da população sobre ela. A letra B não corresponde ao pensamento, pois o substantivo “instrução” não foi empregado com sentido de espécie normativa, mas, sim, de educação. A letra C está errada, pois o pensamento não aborda a claridade das instruções legais, mas, sim, a necessidade de compreensão de seus destinatários. A letra D restringe o sentido do texto ao limitar a eficácia legal ao processo de educação dos juízes. A letra E, tal como a anterior, incorre em erro ao restringir o sentido do enunciado.
20 “Alguns tiveram a forca como preço pelo próprio crime, outros, a coroa”. Essa frase confirma o seguinte ditado popular:
(A) O crime não compensa, às vezes;
(B) Toda punição é maldade;
(C) Olho por olho e dente por dente;
(D) Pena intensa não cura bandido;
(E) A prisão é escola do crime.
Gabarito: Letra A
Comentário: O ditado exprime o sentido de que alguns crimes, por vezes, compensam, pois seus agentes são coroados, ao passo que outros são apenadas com as maiores das penas. Portanto, a assertiva que melhor se enquadra na mensagem do ditado é a letra A.
21 “As leis existem, mas quem as aplica?” Esse pensamento de Dante Alighieri critica:
(A) a má elaboração das leis;
(B) o excesso de leis;
(C) o rigor excessivo da polícia;
(D) a fraqueza humana;
(E) o controle demasiadamente rigoroso das leis.
Gabarito: Letra D
Comentário: A letra A está errada, pois a “elaboração das leis” não é criticada pelo trecho, mas, sim, sua aplicação. A letra B extrapola o trecho, já que não é mencionada qualquer informação acerca do excesso de leis. A letra C também extrapola as informações, pois não se aborda o excesso da polícia. A letra D, de forma mais geral, condiz com a crítica levantada pelo autor, que vê na aplicação da lei um espaço para o arbítrio humano. A letra E extrapola o conteúdo do trecho, pois não é tratado o rigor do controle das leis.
22 A frase abaixo que NÃO se estrutura com base numa oposição é:
(A) A tortura é um meio seguro de absolver os criminosos robustos e condenar os fracos inocentes;
(B) Muitos primeiros virão a ser os últimos;
(C) A glória deve ser conquistada; a honra, por sua vez, basta que não seja perdida;
(D) Nenhuma lei se adapta igualmente bem a todos;
(E) Infeliz é aquele discípulo que não supera seu mestre
Gabarito: Letra D
Comentário: A letra A apresenta uma relação de oposição na ideia entre “absolver os criminosos robustos” e “condenar os fracos inocentes”. A letra B traz a oposição decorrente dos termos “primeiros” e “últimos”. A letra C estabelece uma relação de oposição entre dinâmica da glória (conquista) e da honra (não perder). A letra D não tem qualquer relação de oposição, motivo pelo qual é o gabarito da questão. Na letra E, por fim, há uma oposição entre os termos “discípulo” (quem aprende) e “mestre” (quem ensina).
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