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Para aprender realmente um assunto, deve-se treinar, treinar e treinar… e é com isso em mente que separamos para 70 frases de pronomes. Algumas delas foram retiradas do curso Correção de 1000 Frases, o qual é indicado para concursandos intermediários que desejem revisar e fixar conhecimentos na norma culta da Língua Portuguesa. A seguir, você encontrará 70 frases tratando apenas do conteúdo de pronomes. Todas elas foram analisadas, a fim de ajudar na fixação das respectivas regras.
Então você terminou seu curso de Língua Portuguesa, mas decidiu não dar um tempo nos seus estudos por receio de esquecer tópicos importantes? Confira as 70 frases de pronomes que selecionamos abaixo e veja se você se recorda de todas as regras abordadas!
As frases de pronomes selecionadas compõem parte do material do Curso de Exercício – Correção de 1000 Frases. O objetivo desse curso é oferecer uma revisão geral dos principais conteúdos da Língua Portuguesa cobrados em provas de concursos públicos e em exames vestibulares. Portanto, nossa intenção é que, ao final, você estará mais familiarizado não só com a parte da gramática, mas também, e talvez mais importante, com os modos de cobrança das principais bancas examinadoras.
De maneira a lhe dar uma ideia de como o curso funciona, separamos e analisamos 70 frases do conteúdo de pronomes. Assim, a finalidade é que você entenda como cada espécie de pronome – relativo, demonstrativo, possessivo, pessoal, indefinido etc. – deverá ser empregada nas frases. Além disso, selecionamos diversas frases focadas no uso pronominal da partícula “se”, ou seja, ela como índice de indeterminação do sujeito e como partícula apassivadora. Você também encontrará aqui casos de pronomes relativos, uma vez que tal como o anterior, é um dos temas mais queridinhos das Bancas organizadoras.
Se você ainda não conhece o Curso de Exercício – Correção de 1000 Frases, não deixe de conferir uma de nossas aulas! Separamos uma a fim de dar uma prévia de como serão tratados os temas! Você também pode ver essa aula, além de muitas outras, diretamente do nosso canal do YouTube. Para isso, basta clicar AQUI.
Considerações Gerais sobre as Frases de Pronomes
Antes de começarmos a analisar as 70 frases de pronomes, vamos afazer uma revisão rápida sobre algumas das regras mais recorrentes em provas de concursos públicos. Entretanto, as regras de uso dos pronomes, como colocação pronominal, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos etc., não serão tratadas aqui. Para elas, você poderá conferir nossos textos específicos sobre cada um dos assuntos.
Vamos lá?
Para facilitar sua fixação, optamos pelo formato em tabela. Nela, há quatro regras de casos específicos, bastante cobrados em provas e responsáveis por muitas penalizações nas fases discursivas.
Não é admitida a contração de preposição com pronome ou artigo sempre que se preceder verbo no infinitivo. | A maneira dele agir é adequada. A maneira de ele agir é adequada. |
Caso DEFAMA VOS (verbos causativos e sensitivos): Os verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir, sentir + infinitivo não admitem as formas “eu, tu, ele, nós, vós, eles”, “lhe e lhes”. Admitem, por outro lado, as formas: “o, a, os, as (e variações), me, te, se, nos, vos”. | Mandei-lhe resolver o caso. Mandei-o resolver o caso. Vi ele entrar na sala. Vi-o entrar na sala. Deixa eu dizer que te amo. Deixa-me dizer que te amo. |
Os pronomes que e quem somente admitem preposição monossilábica. | O cargo para que me candidatei não pedia experiência anterior. O cargo para o qual me candidatei não pedia experiência anterior. O cargo a que me candidatei não pedia experiência anterior. OBS: Ela veio aqui para que (conjunção de finalidade) o problema fosse resolvido. A pessoa sobre quem falava estava no local. A pessoa sobre a qual/de quem/da qual falava estava no local. |
O pronome “mesmo” pode ter valor de: 1 – realmente (advérbio invariável); 2 – próprio (pronome demonstrativo/variável); 3 – isso (pronome invariável – aparece precedido de artigo). O pronome mesmo não pode ser usado para retomar palavras. | Ela fez isso mesmo. (Advérbio com sentido de realmente). Ela mesma cuida de suas coisas. (Pronome demonstrativo com sentido de “própria”). Ela ajuda os pobres. Eu faria o mesmo. (Retomada da ideia). O Direito é importante, pois o mesmo orienta as pessoas. Atenção! O Direito é importante, pois (ele) orienta das pessoas. A expressão “o mesmo” não pode ser usado para retomar palavras. |
Tendo essa curta revisão em mente, as principais regras relativas ao uso de pronomes estão, com certeza, mais claras. Certo? Por isso, vamos partir para o treino e analisar todas as frases de pronomes que selecionamos para você!
Frases de pronomes #1 – Regras gerais
Confira as 25 frases abaixo e, em seguida, analise e julgue os pronomes nelas empregados. Quando for o caso, identifique a regra responsável pelo respectivo uso.
1) Está na hora de ele dormir.
A frase está correta, não tendo sido o pronome pessoal “ele” empregado de forma inadequada. Regra: Não há contração da preposição com o respectivo pronome antes de verbo no infinitivo. |
2) Parece que tudo vai bem entre eu e você.
A frase está errada! Regra: Se não houver verbo, não será possível o uso do pronome pessoal do caso reto “eu”, pois ele somente pode funcionar como sujeito da oração. Assim, a forma correta será: “[…] entre mim e você.”. |
3) Entre eu sair mais e você não vir ao trabalho, há uma grande diferença.
A frase está correta! Para exemplificar a regra anterior, colocamos esse exemplo. Veja que nele há uso dos verbos “sair” e “vir”. Assim, os pronomes “eu” e “você” irão funcionar como sujeito dessas ações.
4) Quando V.Sª. vier, traga consigo os comprovantes de depósito.
A frase está correta!
Regra: O pronome de tratamento sempre concordará na terceira pessoa do singular – “Quando V.Sª vier, traga […]”.
5) É muito difícil para mim acreditar na sua história.
A frase está correta! Regra: A frase encontra-se invertida, possuindo, na verdade, um sujeito oracional – “acreditar na sua história”. Portanto, correta a flexão verbal e correto do pronome pessoal oblíquo tônico “mim”. |
6) Lamento muito tudo de desagradável que ocorreu entre mim e você.
A frase está correta!
Regra: Tal como as regras vistas nas frases 2 e 3, o uso do pronome pessoal oblíquo tônico “mim” está correto.
7) Estava aflito à sua espera, pois preciso muito falar contigo.
A frase está errada! Nela, percebe-se uma incompatibilidade nas pessoas gramaticais “sua” e “contigo”. Veja que a forma “sua” é um pronome possessivo da 3ª pessoa. Já a o pronome “contigo” é empregado nos casos da 2ª pessoa do singular, referenciando “tu”.
8) Para eu poder sair agora, tive de brigar com meu padrinho.
A frase está correta! O pronome reto “eu” exerce, na frase, a função sintática de sujeito.
9) Mário precisa conversar com nós todos hoje à tarde.
A frase está correta! O uso da forma “com nós” está correto em razão do termo especificador o pronome indefinido “todos”.
10) A chuva de ontem fez-me ficar em casa aborrecido.
A frase está correta! Trata-se do chamado caso DEFAMA VOS, visto no início. Regra: Os verbos causativos e sensitivos – deixar, fazer, mandar, ver, ouvir, sentir etc. –, quando seguidos do verbo no infinitivo, não admitem as formas pronominais “eu, tu, ele, nós, vós, eles”, “lhe e lhes”. Admitem, por outro lado, os pronomes: “o, a, os, as (e variações), me, te, se, nos, vos”. |
11) Não lhe aprovo esse comportamento.
A frase está correto! O pronome oblíquo “lhe” exerce, na oração, a função sintática de adjunto adnominal. |
12) Entre eu e você há certo parentesco.
A frase está errada! Regra: Semelhante ao uso do pronome pessoal oblíquo “mim”. O verbo haver com sentido existencial será sempre impessoal, estruturando uma oração sem sujeito. Assim, o pronome reto “eu” não exerce função de sujeito, não podendo, por isso, ser usado na forma “entre eu e você” |
13) Sem eu, o grupo não se anima nessas ocasiões.
A frase está errada! O pronome pessoal do caso reto “eu” não exerce função sintática de sujeito, logo, não pode ser usado na frase, devendo-se fazer uso da forma oblíqua tônica “mim”. |
14) Se é para mim fazer, desista; estou sem tempo.
A frase está errada! O pronome pessoal oblíquo tônico “mim” desempenha função sintática de sujeito, logo, deve ser utilizada a forma reta “eu”. |
15) Nada há entre eu e ela.
A frase está errada! O verbo haver com sentido existencial é impessoal, fazendo oração sem sujeito. Assim, o pronome reto “eu” não exerce função de sujeito, não podendo, por isso, ser usado na forma “entre eu e você”. Regra: Semelhante ao uso do pronome tônico “mim”. |
16) Para mim, estudar à noite é fácil.
A frase está correta! A oração se encontra invertida, pois nela se observa o sujeito oracional “estudar à noite“. Assim, está gramaticalmente adequada a forma do pronome pessoal tônico “mim”. |
17) Para eu estudar à noite, é preciso de muito café.
A frase está correta! O pronome pessoal do caso reto “eu” exerce função sintática de sujeito da oração. |
18) Nada mais existe entre eu e você.
A frase está errada! O verbo “existir” é pessoal e, na frase, tem como sujeito a expressão “nada mais”. Desse modo, o pronome pessoal do reto “eu” não exerce função sintática de sujeito. Por essa razão, não pode ser usado na forma “entre eu e você”. Estaria correta a forma “entre mim e você”. Regra: Semelhante ao uso do pronome oblíquo tônico “mim”. |
19) Devemos ser honestos com nós mesmos.
A frase está correta! O uso de “com nós” está correto em razão do termo especificador “mesmos”. Regra: Conosco será usado somente nos casos em que não exista especificador. |
20) Com nós ambos se deu o mesmo.
A frase está correta! Tal como o exemplo 19, o uso da locução “com nós” está correto, pois existe termo especificador – “ambos” (numeral). Regra: Conosco será usado quando inexistir especificador. |
21) Os moços com quem falamos são estudantes de Direito.
A frase está correta! Regência correta será “falar com alguém”. Assim, o pronome indefinido “quem” está preposicionado por termo monossilábico – a preposição “com”. Regra: Os pronomes “que” e “quem” não podem ter preposição com mais de uma sílaba. |
22) Eis a terra onde se colhem tão bons frutos.
A frase está correta! Regra: O pronome relativo “onde” somente pode ser usado quando indicativo de lugar e o verbo for regido pela preposição “em”. Nos outros casos, deve-se usar ou a locução “em que” ou o pronome “aonde”. OBS: O pronome relativo aonde tem regência em “a”. |
23) São empresas para as quais aparecem muitos candidatos.
A frase está correta! Regra: Os pronomes “que” e “quem” não podem ter preposição com mais de uma sílaba. Caso isso ocorra, deve-se optar pelas formas “as/os quais”. |
24) Mostrar-lhe-ei as canetas de que me sirvo.
A frase está correta! Regra: O verbo “mostrar” é transitivo direto e indireto, de forma que o pronome oblíquo “lhe” exerce a função sintática de objeto indireto. OBS: “de que me sirvo” é oração subordinada adjetiva restritiva. |
25) Refiro-me a esse aluno, cujo aluno já tem nos causado tantos dissabores.
A frase está errada! Regra: O pronome relativo cujo somente pode ser usado quando houver sentido de posse. Na oração, seria correto o uso do pronome “que”, mas deve-se retirar a repetição do vocábulo “aluno”. |
Frases de Pronome #2 – Partícula “se”
Analise sintaticamente as 20 frases a seguir em que a partícula “se” foi empregada como pronome. Identifique, em cada caso, a situação em que o pronome se enquadra:
26) Não se ouvia o sino.
Não (adj. adv. de negação) se (PA) ouvia o (VTD) sino (sujeito). = O sino não era ouvido. Se = Partícula apassivadora. |
27) Assiste-se a espetáculos degradantes.
Assiste (VTI) -se (IIS) a espetáculos degradantes (OI). Se = Pronome como índice de Indeterminação do Sujeito. |
28) Alguém se arrogava o direito de gritar.
Alguém (sujeito) se (pronome reflexivo com função sintática de OI) arrogava (VTDI) o direito de gritar (OD). Se = Pronome reflexivo. |
29) Perdeu-se um cão de estimação.
Perdeu (VTD) -se (PA) um cão de estimação (adj. adnominal – substantivo concreto) (sujeito). Um cão de estimação foi perdido. Se = Partícula apassivadora. |
30) Não mais se falsificará tua assinatura.
Não mais se (PA) falsificará (VTD) tua assinatura (sujeito). = A tua assinatura não será mais falsificada. Se = Partícula apassivadora. |
31) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
Ele (sujeito) se (pronome reflexivo com função sintática de OD) mordia (VTD) de ciúmes pelo patrão (adj. adv. de causa). Se = Pronome reflexivo |
32) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
A Federação (sujeito) arroga (VTDI) -se (pronome reflexivo com função sintática de OI) o direito de cancelar o jogo (OD com complemento nominal). Se = Pronome reflexivo. |
33) O aluno fez-se passar por doutor.
O aluno (sujeito) fez-se (pronome reflexivo – caso DEFAMAVOS – função sintática de sujeito do infinitivo) passar por doutor. Se = Pronome reflexivo. |
34) Precisa-se de operários.
Precisa (VTI) -se (IIS) de operários (OI). Se = índice de indeterminação do sujeito. |
35) Não sei se o vinho está bom.
Não (adj. adv. de negação) sei (VTD) se (Conjunção Integrante – introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta) o vinho está bom (OD). Se = Conjunção integrante. |
36) Precisa-se de uma secretária.
Precisa (VTI) -se (IIS) de uma secretária (OI). Se = índice de indeterminação do sujeito. |
37) Proibiram-se as aulas.
Proibiram (VTD) –se (PA) as aulas (sujeito paciente). Aulas foram proibidas. Se = Partícula Apassivadora. |
38) Assim se vai ao fim do mundo.
Assim se (IIS) vai (VI) ao fim do mundo (adj. adv. de lugar). Se = Índice de indeterminação do sujeito. |
39) Nada conseguiria, se não fosse esforçado.
Nada (adj. adv. de negação) conseguiria (VI), se (conjunção condicional) não fosse esforçado. Se = Conjunção condicional. |
40) Eles se propuseram um acordo.
Eles (sujeito) se (pronome reflexivo recíproco com valor sintático de OI) propuseram (VTDI) um acordo (OD). Se = Pronome reflexivo. |
41) Reformou-se a sala e a garagem durante o recesso escolar.
Reformou (VTD) -se (PA) a sala e a garagem (sujeito composto paciente) durante o recesso escolar (adjunto adverbial). Veja que a frase apresenta uma falha na concordância verbal. Nela, a partícula “se” foi empregada como um pronome apassivador, de maneira se encontra um sujeito composto – “sala” e “garagem”. Nessa situação, o verbo deve ser flexionado para o plural, a fim de concordar em número com o sujeito. Assim, o correto seria: Se = Partícula apassivadora. |
42) Tratava-se de um assunto bastante delicado.
Tratava (VTI) -se (IIS) de um assunto bastante delicado (OI). Se = Índice de indeterminação do sujeito. |
43) Necessita-se, atualmente, de bons profissionais no mercado.
Necessita (VTI) -se (IIS), atualmente (advérbio), de bons profissionais (OI) no mercado (adjunto adverbial de lugar). Se = Índice de indeterminação do sujeito. |
44) Murcham-se as flores.
Murcham (VI) -se (partícula expletiva) as flores (sujeito). Se = como partícula expletiva ou de realce. |
45) Não tolerando mais a dor, suicidou-se.
Não (adjunto adverbial de negação) tolerando (VTD) mais a dor (OD), ele (sujeito) se (PIV) suicidou (VI). Se = como partícula integrante do verbo. |
Outras funções do pronome se
A partícula “se” pode, como visto, desempenhar diferentes funções nas frases. Nos exemplos acima, vimos ela sendo empregada, em sua maioria, como pronome. Dentro das hipóteses pronominais, identificamos o “se” funcionando como partícula expletiva, pronome reflexivo, partícula apassivadora, índice de indeterminação do sujeito e como parte integrante do verbo.
Vejamos, então, mais alguns exemplos:
Exemplo: Vai (VI) -se (partícula expletiva) a última pomba despertada (sujeito).
Exemplo: Vende (VI) -se (IIS) muito (adj. adv. de intensidade) no natal (adj. adv. de tempo).
Exemplo: Vende (VTD) -se (PA) muito (adj. adv. de intensidade) brinquedo (sujeito paciente) no natal (adj. adv. de tempo).
Frases de Pronome #3 – Pronome relativos
A seguir, vamos nos ater ao uso da partícula “que” como pronome relativo. Assim, procure analisar as 10 frases abaixo, indicando a classe gramatical a que pertence o termo sublinhado .
46) […] chegam a decretar a morte dos subúrbios, que consideram insustentáveis…
R: A partícula “que” foi empregada como um pronome relativo, responsável por retomar o termo antecedente “subúrbios”. |
47) […] em ruas que podem ser frequentadas por pedestres.
R: A partícula “que” foi empregada como um pronome relativo, o qual retoma o termo “ruas”. |
48) […] já que está em estudo a ressurreição de um sistema de bondes.
R: A partícula “que” foi empregada, aqui, como uma conjunção causal, elemento da locução “já que”. |
49) […] nas grandes cidades em torno das quais eles gravitam.
R: A expressão “das quais” está empregada como um pronome relativo, responsável por retomar o termo “subúrbios”. |
50) É uma metáfora que faz ainda mais sentido quando […].
R: A partícula “que”, aqui, também foi empregada como pronome relativo, retomando o termo anteposto “metáfora”. |
Vitória para quem terminou!51) Pedi-lhe que me informasse o endereço correto.
R: A partícula “que” foi empregada no período como conjunção integrante, responsável por articular duas orações distintas. Assim, introduz a oração subordinada substantiva objetiva direta “que me informasse o endereço correto”. |
52) Solicitei que me enviasse o orçamento.
R: Na oração acima, a partícula “que” também serviu para articular duas orações distintas no período. Com isso, classifica-se como conjunção integrante. |
53) As quatro irmãs, que não se viam há anos, regozijaram de alegria ao se encontrarem.
R: Na presente frase partícula “que” é empregada como pronome relativo, responsável por retomar a locução “as quatro irmãs”. |
54) A doença respiratória que mais matou na história está, finalmente, sendo combatida.
R: A partícula “que” classifica-se como pronome relativo, sendo responsável por retomar o termo anteposto “doença respiratória”. |
55) Os médicos que atuaram no enfrentamento da doença foram parabenizados pela população.
R: A partícula “que”, tal como na frase 54, foi empregada como pronome relativo. Desse modo, retoma o termo anteposto “médicos”. |
Função sintática do pronome relativo
Você deve ter observado nas frases acima que os pronomes relativos desempenham diferentes funções sintáticas. Assim, separamos mais algumas frases para você treinar. Nelas, determine a função sintática dos respectivos pronomes relativos.
56) Aurélia não se deixa inebriar pelo culto que lhe rendiam.
R: O pronome relativo “que” retoma o termo antecedente, reproduzindo também sua função sintática. Na frase, “culto” é o termo referente, sendo ele o objeto direto do verbo “render” – Rendiam (VTDI) -lhe (OI) culto (OD). Função do pronome que: Objeto Direto. |
57) “Está fatigada de ontem”, perguntou a viúva com expressão de afetada ternura que exigia o seu cargo.
R: O pronome relativo “que” retoma o termo antecedente “afetada ternura”, o qual atua, sintaticamente, como o objeto direto do verbo “exigir” – O cargo exigia (VTD) afetada ternura (OD). Função do pronome que: Objeto direto. |
58) Com a riqueza que lhe deixou seu avô, sozinha no mundo, por força que lhe havia de ser enganada.
R: O pronome relativo “que” retoma o termo antecedente “a riqueza”, o qual, originalmente, exerce a função sintática objeto direto do verbo deixar – Seu avô (sujeito) lhe (OI) deixou (VTDI) a riqueza (OD). Função do pronome que: Objeto direto. |
59) O elmo não estava de todo reestabelecido do atordoamento que sofrera.
R: O pronome relativo “que” retoma o nome antecedente “atordoamento”. Na frase original, esse exerce a função sintática de objeto direto do verbo sofrer – “[…] sofrera (VTD) atordoamento (OD)”. Função do pronome relativo que: Objeto direto. |
60) Não o entendiam aquelas três criaturas que se desviviam pelo ente querido.
R: O pronome relativo “que”, na frase orginal, retoma a expressão “três criatura”, a qual exerce a função sintática de sujeito do verbo “desviver” – As criaturas (sujeito) se desviviam pelo ente querido. Função do pronome relativo que: Sujeito da oração. |
Frases de Pronome #4 – Pronome de tratamento
Confira agora 10 frases com pronomes de tratamento. Para treinar, avalie cada uma delas, indicando se a forma empregada é a adequada para a situação. Além disso, avalie a correção sintática dos demais elementos oracionais.
61) Vossa Excelência, o Rei da Inglaterra, teve a oportunidade de avaliar os pedidos que lhe foram feitos.
R: Ao se utilizar pronomes de tratamento, duas situações podem ocorrer. Na primeira, fala-se com a pessoa, ao passo que, na segunda, fala-se sobre a pessoa. Essa explicação é importante, pois, ao se falar com a autoridade, usar-se-á o pronome possessivo “vossa”. Entretanto, quando se fala sobre ela, deve-se usar a forma “sua”. Dito isso, identifica-se o primeiro erro da frase no emprego do pronome possessivo “vossa”. Como se está a falar da autoridade, o correto seria dizer “Sua Excelência”. Posteriormente, há o erro no emprego do pronome de tratamento “excelência”, o qual não o é adequado para as autoridades reais. Esse deveria ser utilizado apenas para altas autoridades do Poder Judiciário, Legislativo e Executivo e para as altas patentes militares. Assim, a frase correta seria: Sua Majestade, o Rei da Inglaterra, teve a oportunidade de avaliar os pedidos que lhe foram feitos. |
62) Vossa Eminência, o Santo Padre, proferiu, durante a Missa do Galo, um discurso enfático de combate às desigualdades e de promoção da caridade.
R: Tal como visto na frase 61, existem dois problemas na forma “Vossa Eminência”. O primeiro diz respeito ao uso do pronome possessivo. Novamente não se está a falar com o Papa, mas sim sobre ele. Por essa razão, deve-se utilizar o pronome “sua”. Já o segundo diz respeito ao pronome específico, já que para a figura papal, o correto é usar “Vossa Santidade”. Desse modo, a forma correta seria: Sua Santidade, o Santo Padre, proferiu, durante a Missa do Galo, um discurso enfático de combate às desigualdades e de promoção da caridade. |
63)Vossa Magnificência, o Reitor da Universidade Federal do Ceará, decidiu pela adoção do programa de bolsas?
R: Na frase, não há erros quanto ao emprego do pronome possessivo e do pronome de tratamento. Muitos se espantam, mas, ao se referirem aos reitores universitários, devem usar a forma “vossa magnificência”. Além disso, como, na frase, dirigiu-lhe uma pergunta diretamente, deve ser utilizado o pronome “vossa”. Destaca-se que, recentemente, os pronomes de tratamento foram alterados por força do Decreto 9.758/2019, o qual trouxe novas regras para os manuais de redação oficial. Não deixe de conferir as mudanças realizadas! |
64) Por gentileza, peça a Sua Excelência, a prefeita do município, que avalie a oportunidade do veto.
R: Na frase, não se encontram erros quanto ao emprego do pronome possessivo “sua” e do pronome de tratamento “excelência”. Como se trata de uma alta autoridade do Poder Executivo, está correto a forma “excelência”. |
65) Sua Eminência, Dom Evaristo Arns, celebrou sua última missa no ano de sua morte.
R: Observe que ambos os pronomes, o possessivo e o de tratamento, estão corretamente empregados. Dom Evaristo Arns foi um frade franciscano que chegou ao posto de cardeal da Igreja Católica. Conforme as regras gramaticais, cardeais são referenciados pelo pronome de tratamento “sua (ou vossa) Eminência”. |
66) Você aceita um pedaço de bolo?
R: Pode parecer curioso, mas o “você”, tão empregado no uso coloquial e diário, é classifica como um pronome de tratamento. Isso porque decorre da forma original “vossa mercê”, que se transformou, pelo uso, em “vosmecê”. Com o tempo, chegamos ao curto formato dissílabo “você”. |
67) O senhor poderia solicitar, por favor, as notas fiscais no departamento responsável?
R: A frase está plenamente correta. Nela, empregou-se o pronome de tratamento masculino “senhor”, utilizado nas comunicações em geral, a fim de se exprimir respeito. |
68) Vossa Senhoria deveria rever a decisão.
R: Correta a frase, sendo o pronome de tratamento “vossa senhoria” empregada nas comunicações com funcionários graduados e com oficiais até a patente de coronel. |
69) Sua Alteza, o arquiduque, Francisco Ferdinando, foi assassinato no dia 28 de junho de 1914, Sarajevo.
R: Diferentemente dos reis e das rainhas, as outras autoridades nobiliárquicas recebem outro pronome de tratamento. No caso dos príncipes, das princesas, dos duques e arquiduques, deve-se usar a forma “Vossa/Sua Alteza”. Portanto, correta a frase, tanto no uso da expressão cerimonial quanto no emprego do pronome possessivo. |
70) Vossa Excelência, o Senhor Ministro do Supremo Tribunal Federal, peço vênia para divergir do voto exarado.
R: Correta a frase quanto ao emprego dos pronomes de tratamento. Como se trata de alta autoridade do Poder Judiciário, deve-se usar a forma “vossa excelência”. |
Então, após essa bateria de frases de pronomes, como foi o resultado? Gostou das explicações?
Após esse longo treino com as 70 frases de pronomes, aposto não ficaram muitas dúvidas sobre o assunto, não é verdade? Como dúvidas costumam ser bastante persistente, sabemos que algum ponto ou outro ainda não deve estar totalmente claro. Por isso, não deixe de nos avisar caso algo não tenha ficado claro! Você pode nos contar na seção de comentários ou entrando em contato diretamente por nossas redes sociais!
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