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Partícula “SE” – As funções mais cobradas em provas!

Equipe Flávia Rita

Você já deve ter se perguntado, qual função a partícula “se” desempenha na frase, certo? Se já fez alguma prova de português, com certeza já! Entretanto, saiba que essa dúvida não é apenas sua, mas de muitos outros estudantes que se confundem nos diferentes usos da partícula “se”, tanto em razão das diversas formas com que é utilizada como por uma organização confusa do conteúdo nos principais manuais. Por isso, vamos tratar aqui de algumas das principais funções mais utilizadas da partícula “se”, de maneira que você aprenda, definitivamente, a identificar qualquer um desses casos! Vamos lá?

Classes Gramaticais de Partícula “se”

Primeiramente, muitas dúvidas devem surgir quanto à classe gramatical do termo. Afinal, a partícula “se” é um pronome ou uma conjunção? Se você se pegou perguntando isso, saiba que você está certo nos dois casos! A partícula “se”, a depender do contexto, poderá ser qualquer uma dessas classes gramaticais, ou seja, tanto um pronome como uma conjunção!

  • “Se” como conjunção
  • “Se” como pronome

 

Vamos ver os casos mais famosos, começando pela partícula “se” como conjunção:

Partícula “SE” COMO CONJUNÇÃO

Partícula “se” como conjunção condicional

Vamos esclarecer, de início, que é função das conjunções articular duas orações de maneira lógica, com o estabelecimento de um sentido entre elas. A partícula “se”, no caso de conjunção condicional, irá exprimir uma condicionalidade entre as sentenças. Além disso, ao se fazer a análise sintática dos períodos compostos, irá se perceber que a partícula “se” conjunção condicional introduzirá uma oração subordinada adverbial condicional, de maneira que trará o verbo no modo subjuntivo, mais especificamente futuro e pretérito imperfeito do subjuntivo.

Exemplo: Se o resultado fosse positivo (oração subordinada adverbial condicional), o processo também o seria.

Partícula “se” como conjunção causal

Contudo, a partícula “se” poderá, além de agir como condicional, desempenhar a função de conjunção causal. Nesses casos, será possível substituí-la por outras conjunções de sentido semelhante, como “porquanto”, “porque”, “já que”, “visto que”. Duas diferenças com relação ao “se” condicional, é que a partícula causal irá, obviamente, introduzir uma oração subordinada adverbial causal e o verbo será, por isso, empregado no modo indicativo!

Exemplo: Se seu comportamento foi o motivo da briga, você deveria rever seus atos.  

Partícula “se” como conjunção integrante

Você já se deparou muito com essa conjunção, embora possa não ter percebido. Se nunca parou para pensar, deve estar se perguntando: o que é uma conjunção integrante? Em termos simples, é uma conjunção subordinativa que introduz um tipo de oração subordinda substantiva, ou seja, subjetiva (que exprime o sujeito), objetiva direta ou indireta, completiva nominal, etc. Os mais comum é ver essa conjunção introduzindo orações de natureza objetiva direta ou subjetiva. Quando ocorrer essa espécie, o verbo ser empregado no modo indicativo.

Exemplo: Paula não mencionou (VTD) se João voltaria ou não (oração subordinada substantiva objetiva direta). 

Resumo da párticula “se” como conjunção

Vamos rever com base em algumas frases para ficar mais claro?

  • Se (conjunção causal) a economia brasileira não cresceu (pretérito perfeito do Indicativo), a culpa (sujeito) é (VL) dos mercados emergentes em expansão (Predicativo do Sujeito).  OBS: Observe que a partícula  “se” foi empregada como conjunção causal. Não se trata de sentido condicional condição, pois não se condicionou o crescimento do mercado.
  • Se (conjunção integrante) isso é menos verdade (oração subordinada substantiva objetiva direta), ninguém quis afirmar.
  • Não se (PA) informou ao rapaz se (conjunção integrante) o problema estava (pretérito imperfeito do indicativo) resolvido (oração subordinada substantiva subjetiva). OBS: Se conjunção integrante, pois o verbo encontra-se no modo indicativo, sendo o sujeito oracional.
  • Se (conjunção condicional) houver (verbo no futuro do subjuntivo) outra opção para o caso, nós seremos informados. OBS: Já que o verbo haver encontra-se no futuro do subjuntivo, a conjunção “se” será condicional.
  • Ela só voltará ao Brasil se (conjunção condicional) receber uma proposta de trabalho. OBS: Verbo “receber” no futuro do subjuntivo, logo, a conjunção “se” será condicional.
  • Se o mundo é (presente do indicativo) ruim (conjunção causal), cabe ao homem (objeto indireto) transformá-lo (sujeito). OBS: Com o verbo flexionado no presente do indicativo, dedeuz-se se tratar de uma conjunção causal.

 

PARTÍCULA “SE” COMO PRONOME

Por outro lado, a partícula “se” também poderá ser empregada no texto como pronome, de maneira que, entre outros casos, construirá a voz passiva sintética ou indeterminará o sujeito da ação. Nesses casos, denominam-se, respectivamente, de partícula apassivadora (PA) e de índice de indeterminação do sujeito (IIS). Vamos ver cada um deles

Partúcla “se” como partícula apassivadora (PA)

Nessa hipótese, a partícula pronominal “se” irá compor a estrutura da voz passiva do verbo. Por isso, somente será possível essa forma quando for igualmente possível a construção dessa forma, ou seja, quando o verbo for transitivo direto ou direto e indireto. Em ambos os casos, o sujeito deverá ser paciente. Pode-se destaca os seguintes pontos, dessa construção:

  • Voz passiva sintética – verbo principal seguido da partícula “se”. Exemplo: Falaram-se coisas na festa. = Coisas foram faladas na festa.
  • O verbo concordará com o sujeito. Exemplo: Deram-se presentes às crianças. O sujeito da oração é “presentes”, de maneira que o verbo deve estar no plural. OBS: Lembre-se sempre de que não existe sujeito preposicionado! Logo, impossível confundir “às crianças” com o sujeito!
  • Sujeito paciente expresso (simples/composto/oracional). O sujeito, quando a oração se encontrar na voz passiva, deverá ser expresso.
Observe como esse conteúdo pode ser cobrado em prova:

QUESTÃO 03 DA PROVA DA DPE-RJ, TÉCNICO NÍVEL SUPERIOR JURÍDICO. “Os modelos pedagógicos de nossas escolas ainda são muito mais direcionados ao ensino teórico para passar no funil do vestibular…”; esse segmento (texto 1) mostra uma forma de voz passiva – “são direcionados” – sem que haja menção do agente dessa ação. O pensamento abaixo em que há uma forma de voz passiva com a indicação do agente é:

  • (A) “A natureza só é comandada se é obedecida”;
  • (B) “Dada a causa, a natureza produz o efeito no modo mais breve em que pode ser produzido”;
  • (C) “O mundo será julgado pelas crianças. O espírito da infância julgará o mundo”;
  • (D) “Existe alguma religião cujos fiéis possam ser apontados como nitidamente mais amáveis e dignos de confiança do que os de qualquer outra?”;
  • (E) “A sabedoria não pode ser transmitida. A sabedoria que um sábio tenta transmitir soa mais como loucura”.

GABARITO E COMENTÁRIO: O gabarito oficial é a letra C. A construção da voz passiva pode se dar nas formas sintética – com o uso do pronome apassivador “se” – e analítica – com o uso do verbo auxiliar “ser”. Além disso, é necessário que o verbo principal seja transitivo direto ou transitivo direto e indireto, pois o objeto direto, que sofre a ação na voz ativa, passará à posição de sujeito da oração enquanto o sujeito original passará a ser agente da passiva. Assim, dentre as opções, tem-se que apenas a letra C traz expresso o agente – “pelas crianças”. Embora a letra B contenha o sujeito que pratica a ação – “a natureza” – , ele não desempenha a função sintática de agente da passiva, pois aparece apenas na oração em sua forma ativa.

Partícula “se” como índice de indeterminação do sujeito (IIS)

No caso de a partícula “se” atuar como índice de indeterminação do sujeito (IIS), esse não poderá ser explícito nem estar subentendido na frase. São consideradas características dessa classe:

  • O verbo ser intransitivo, transitivo indireto ou de ligação.
  • Voz ativa.
  • Sujeito ser indeterminado, sempre na terceira pessoa do singular.

Vamos ver alguns exemplos para esclarecer:

  • Exemplo: Obedeceu (VTI) -se (IIS) ao códido de ética da instituição (OI). Observe que o verbo “obedecer” é transitivo indireto e o sujeito encontra-se indeterminado pela partícula “se” (IIS).
  • Exemplo: Não (Ad.Av. de negação) se (IIS) trata (VTI) de um evento isolado (OI). Novamente, não é possível identificar o sujeito da oração. A isso, junta-se o fato de o verbo ser transitivo indireto.

Partícula “se” como pronome reflexivo (PR)

Quando o pronome “se” for empregado com valor reflexivo, ou seja, desempenhar a função sintática de objeto direto ou objeto indireto e, simultaneamente, referenciar o sujeito, será um caso de “se” pronome reflexivo. Nessa hipótese:

  • o pronome poderá, ocasionalmente, sugerir reciprocidade.
  • construirá a voz reflexiva.

Partícula “se” como parte ingrante do verbo (PIV)

O pronome “se” será classificado como parte integrante do verbo quando esse for pronominal, ou seja, for, necessariamente, acompanhado de um pronome oblíquo átono..

  • Pronome como parte integrante do verbo (PIV) constrói a voz ativa.
PRINCIPAIS VERBOS PRONOMINAIS
Tornar-se (verbo de ligação)
Suicidar-se (VI)
Esquecer-se (de)
Lembrar-se (de)
Utilizar-se (de)
Usar-se (de)
Dirigir-se (a)
Referir-se (a)
Dedicar-se (a)
Preocupar-se (com)
Casar-se (com)

Partícula “se” como partícula expletiva ou de realce (p. expl.)

Por fim, a forma expletiva ou de realce aparecerá sempre que o “se” não se enquadrar em nenhum dos casos acima. Trata-se, por isso, de um caso residual e que, portanto, pode ser suprimido sem implicar qualquer prejuízo semântico à oração.

Resumo da partícula “se” como pronome

Vamos fazer mais uma revisão de frases para fixar esse conteúdo?

  • No Brasil (adj. adv. de lugar), assistem (VTI) -se (IIS) a cenas de violência (OI). R: Essa frase está gramaticalmente incorreta, pois o verbo assistir deveria estar conjugado na terceira pessoa do singular em razão da partícula se, considerada, aqui, índice de indeterminação do sujeito.
  • Não (adj. adv. de negação) se (PA) espera (VTD) que o homem seja o reflexo de Deus (sujeito paciente oracional). R: Nesse caso, tem-se que o pronome “se” apassiva a oração, de forma que é considerado partícula apassivadora.
  • Recusou (VTI) -se (PIV) a defender o rapaz (OI). R: Nesse caso, tem-se o pronome “se” como parte integrante do verbo, já que “recusar” é considerado um verbo pronominal.
  • (Ele – sujeito desinencial) Ria-se (partícula expletiva) de si mesmo (pronome reflexivo) tentando esconder a vergonha. R: Observe que o pronome “se” não tem qualquer impacto na oração, senão atribuir ênfase. Nesse naso, ele deve ser considerado como uma partícula expletiva, a qual poderá ser suprimida sem qualquer prejuízo semântico à frase.

Embora seja um assunto complicado, quando organizamos as informações e dividimos as categorias, fica bem mais fácil, não é mesmo? Espero que tenha entendido tudo a respeito das três formas mais cobradas em provas! Se um dia for fazer qualquer concurso organizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), saiba que a chance de ver uma questão dessa é altíssima! Então, nada de escorregar no conteúdo! Se você gostou desse texto e achou interessante a matéria, não deixe de nos avisar nos comentários!

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