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A Fundep é uma banca que atua na organização de diversos certames no estado de Minas Gerais. Mas como você deverá se preparar para a prova de português da Fundep? Aqui você irá conhecer um pouco mais da banca e aprender quais conteúdos são mais recorrentes nos concursos. Ao fim, poderá treinar com algumas questões comentadas que ajudarão a conhecer as diferentes formas de cobrança da banca Fundep.
A Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa (FUNDEP)
A Fundep – Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa – é uma pessoa jurídica de direito privado criada para a auxiliar nas atividades de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais.
Atua, desde os anos 90, na gestão de projetos, o que inclui a organização de concursos públicos.
No que tange às provas, a banca apresenta grau de complexidade moderado, de forma que haverá, em um mesmo teste, questões mais e menos difíceis.
Cada uma das questões costuma trazer cinco alternativas.
Características da prova de português da Fundep
A prova de português da Fundep se destaca pela preferência nas questões de interpretação de texto ou outas a elas relacionadas. Assim, a banca tem:
- Maior cobrança dos conteúdos de interpretação de texto, sendo comum que mais de 50% da prova traga questões relativas aos textos;
- Quase 25% da prova será composta por questões de gramática aplicada aos textos;
- Há cobrança de conteúdos mais normativos, desvencilhados dos textos bases.
Conteúdos de Português mais relevantes para a Fundep
Para se preparar para a prova de português da Fundep, os candidatos deverão direcionar seus estudos para alguns conteúdos mais específicos. Claro que isso não quer dizer ignorar as demais previsões do edital, mas, sim, dar maior atenção aos seguintes:
- Interpretação de texto de gêneros variados, incluindo-se charges e tirinhas.
- Vocabulário a partir de trecho do texto.
- Conectores.
- Pronomes relativos e colocação pronominal.
- Verbo.
- Funções sintáticas do período simples.
- Reestruturação de frases com foco em norma culta.
- Pontuação
Se a parte de interpretação de texto ou de gramática normativa é seu calcanhar de Aquiles, então considere fazer um curso completo de teoria para a Fundep, de forma a rever o conteúdo e entender como cada um deles costumam ser mais cobrados pelas principais bancas do país. Se quiser ver uma aula gratuita do curso, basta clicar AQUI.
Últimas questões aplicadas pela Fundep
(FUNDEP. Prefeitura de Lagoa Santa-MG. Analista de Sistemas. 2019)
TEXTO I
O “meme” original era um termo cunhado por Richard Dawkins para descrever a maneira como informações e tendências culturais se propagam. No entanto, a não ser que você esteja lendo este artigo em uma faculdade de sociologia (se estiver, tudo bem), sempre que alguém usa a palavra “meme”, está se referindo a uma imagem engraçadinha ou um vídeo divertido que foi compartilhado nas redes sociais. Em geral, quando falamos em “meme”, estamos nos referindo ao “meme da internet”, uma subcategoria do conceito geral de memes.
[…]
Os memes de internet mais comuns são imagens macro – fotos com uma legenda na fonte Impact, em negrito. O texto geralmente é bem-humorado, ou sarcástico – ou ambos. Além deste formato básico, memes também podem ser vídeos, GIFs, ditados, eventos ou quaisquer outras coisas que possam ser copiadas ou levemente alteradas para viralizar na internet.
Disponível em: https://pt.wix.com/blog/2017/08/guiacompleto-o-que-sao-memes-e-como-usa-los-corretamente/. Acesso em: 29 jan. 2019 (Adaptação).
TEXTO II
Levando em consideração os textos anteriores e as ponderações sobre gênero e tipo textual feitas por Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias, em Ler e compreender: os sentidos do texto (2006), é correto afirmar que os memes da internet:
a) apontam para um uso informal da língua e não podem ser considerados como um gênero textual, por fazerem parte de um universo coloquial de comunicação.
b) fazem parte da tipologia textual narrativa, pois utilizam um formato pré-estabelecido para contar ao interlocutor uma história ficcional ou não.
c) podem ser considerados como um novo gênero textual, pois constituem práticas comunicativas estruturadas em formas padrão e relativamente estáveis.
d) são uma versão digital do gênero textual charge, pois apresentam uma crítica a alguma situação social a partir da combinação de elementos verbais e não verbais.
Gabarito: Letra C.
Comentário: A letra A apresenta erro ao não considerar os memes como um gênero textual, já que esse posicionamento não é defendido pela autora. A letra B está errada, pois os memes não são normalmente utilizados para contar uma história, mas para criar humor a partir do emprego de imagens e textos curtos. A letra C está plenamente de acordo com o texto, uma vez que a autora analisa os memes sob a ótica dos gêneros textuais. A letra D extrapola o texto, já que a autora trata dos memes como uma categoria textual autônoma, não como uma espécie de charge, a qual costuma ser mais elaborada e trazer uma estrutura narrativa mais completa.
FUNDEP. Prefeitura de Lagoa Santa-MG. Analista de Sistemas. 2019)
INSTRUÇÃO: Leia a charge a seguir para responder a questão.
A relação entre “Pena de Morte no Brasil” e “Pleonasmo” é responsável por gerar o efeito de humor na tirinha, porque
a) leva o leitor a perceber que aquilo que a personagem diz é exatamente o contrário do que ela tem a intenção de dizer.
b) faz com que as relações entre “pena de morte” e “Brasil” se tornem tão óbvias que elas configuram a reiteração de uma mesma ideia.
c) mostra o efeito de exagero marcado na fala da personagem, que aponta para o excesso de violência no Brasil.
d) suaviza os termos relacionados à morte e à violência, na tentativa de construir um eufemismo.
Gabarito: Letra B
Comentário: A letra A está incorreta por considerar que a personagem diz o contrário do que ela tem a intenção de dizer, já que o humor se constrói exatamente pelo reconhecimento da própria morte da situação contraditória no país. A letra B apresenta uma interpretação correta da charge, uma vez que a reiteração de uma ideia é um traço característico do pleonasmo. A letra C erra ao considerar um efeito de exagero, pois na fala da personagem não há qualquer traço de excesso, apenas o reconhecimento de uma situação crítica. A letra D não corresponde ao texto, uma vez que nele não se percebe qualquer traço de suavização dos temas, nem um efeito de eufemismo.
(FUNDEP. Prefeitura de Lagoa Santa-MG. Analista de Sistemas. 2019)
A marcha do obscurantismo contra o pensamento crítico
Por João Batista da Silveira
Chamou a atenção nos últimos dias e ganhou repercussão nas redes sociais uma Ideia Legislativa sob consulta no Portal e-Cidadania, do Senado Federal, que propõe a extinção dos cursos de Humanas nas universidades públicas. Como argumento, o autor da proposta alega se tratarem de “cursos baratos que facilmente poderão ser realizados em universidades privadas”, podendo ser realizados “presencialmente e à distância em qualquer outra instituição paga”, e que não é adequado “usar dinheiro público e espaço direcionado a esses cursos quando o país precisa de mais médicos e cientistas”.
A reação foi imediata. Rapidamente, uma outra Ideia Legislativa, contrária, foi submetida à consulta no site do Senado, defendendo a permanência das humanidades nas instituições de ensino superior públicas e a necessidade de “acesso igualitário à educação em todos os níveis de ensino”. Se a primeira “ideia” contava, na manhã de 13 de abril, com pouco mais de 6.400 apoios, a segunda ultrapassou largamente os 20 mil necessários (eram quase 46 mil apoios até a mesma manhã) para ser transformada em Sugestão Legislativa e ser debatida pelos senadores.
A proporção mostra que há um enfrentamento forte à tentativa de solapar a formação crítica. No entanto, a simples existência de 6 mil pessoas — ainda que pareça pouco — dispostas, até a sexta-feira 13, a apoiar a extinção dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Sociologia, Artes e Artes Cênicas nas universidades públicas é sintomática e reflete um obscurantismo que, se pela obviedade, tem mais dificuldade de prosperar numa consulta desse tipo, em outras vertentes já se impõe de forma sorrateira e perigosa.
É o que acontece, por exemplo, com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio, apresentada pelo Ministério da Educação no último dia 3 de abril. Corroborando o que já havia sido aprovado na Reforma do Ensino Médio, o texto da BNCC dilui as disciplinas de Filosofia, Sociologia, História e Geografia — sim, as mesmas cujos cursos superiores são atacados pela Ideia Legislativa que propõe seu fim — na ampla área de ciências humanas e sociais aplicadas que se constitui como um dos itinerários formativos (os outros são linguagens, matemática, ciências da natureza e formação técnica e profissional) que, segundo a proposta do MEC, “deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino”.
Em teoria, a intenção é que, ao passo que as áreas de linguagens e matemáticas sejam obrigatórias durante todo o Ensino Médio, as outras sejam distribuídas ao longo dos três anos a critério das redes de ensino, permitindo que o estudante escolha seu percurso. O texto da BNCC considera que os itinerários, previstos na lei da Reforma do Ensino Médio, são estratégicos para a flexibilização da organização curricular desse nível da educação básica, permitindo que o próprio estudante faça sua opção.
A realidade, porém, é outra. Como se não bastasse o fato de que essa estrutura representa um retrocesso em relação à Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 e à concepção de uma educação propedêutica, que leve a um nível mais profundo de aprendizagem, a própria condição enunciada na BNCC – “conforme relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino” – abre brechas para que as disciplinas da grande área de ciências humanas e sociais aplicadas sejam cada vez menos ofertadas, sob justificativa previsível e equivalente àquela usada na Ideia Legislativa contra os cursos de humanas: a de que a “relevância para o contexto local” é a formação técnica ou ligada às ciências exatas e da natureza, privilegiadas na impossibilidade financeira dos sistemas de ensino de ofertarem todos os itinerários.
Com isso, pode-se alijar cada vez mais Filosofia, Sociologia, História e Geografia das salas de aula, com o claro objetivo de embotar a formação de pensamento crítico.
Disponível em:http://www.cartaeducacao.com.br/artigo/amarcha-do-obscurantismo-contra-o-pensamento-critico/. Acesso em 25 jan. 2019.
Analisando o título do texto, “A marcha do obscurantismo contra o pensamento crítico”, é possível concluir que
a) as ciências humanas são tomadas como obscuras e contrapostas às ciências exatas e biológicas, representadas pelo termo “pensamento crítico”.
b) é detectada uma ameaça do obscurantismo, referente à tentativa de barrar as ciências humanas, as quais representam o pensamento crítico.
c) o obscurantismo refere-se às pessoas que, na pesquisa citada no início do texto, votaram contra a extinção das ciências humanas das universidades públicas.
d) o pensamento crítico do texto refere-se à crítica que vem sendo feita às ciências humanas e ao questionamento de sua importância na educação.
Gabarito: Letra B.
Comentário: A letra A contraria o texto, uma vez que a tese do autor é no sentido de considerar obscura e contrária ao desenvolvimento as tentativas de alijar as ciências humanas da Base Curricular Comum. A letra B traz interpretação adequada do texto, conforme se observa nos seguintes trechos: “A proporção mostra que há um enfrentamento forte à tentativa de solapar a formação crítica. No entanto, a simples existência de 6 mil pessoas — ainda que pareça pouco — dispostas, até a sexta-feira 13, a apoiar a extinção dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Sociologia, Artes e Artes Cênicas nas universidades públicas é sintomática e reflete um obscurantismo que, se pela obviedade, tem mais dificuldade de prosperar numa consulta desse tipo, em outras vertentes já se impõe de forma sorrateira e perigosa” e “Com isso, pode-se alijar cada vez mais Filosofia, Sociologia, História e Geografia das salas de aula, com o claro objetivo de embotar a formação de pensamento crítico.” A letra C vai de encontro às teses do texto, segundo as quais o obscurantismo se manifesta exatamente nas pessoas que votaram pela extinção das ciências humanas. A letra D não corresponde aos sentidos do texto, pois “o pensamento crítico” é identificado como o resultado do ensino das chamas disciplinas propedêuticas.
(FUNDEP. Prefeitura de Lagoa Santa-MG. Analista de Sistemas. 2019) Analise a charge a seguir.
Considerando a crítica expressa pela charge e o texto lido, é correto afirmar que eles se relacionam por
a) partilharem o ponto de vista de que o estudo de disciplinas das ciências humanas, como a História, é importante para a construção de uma forma crítica de enxergar o presente e o passado.
b) apresentarem pontos de vista dissonantes: enquanto o texto posiciona-se criticamente frente às disciplinas das ciências humanas, a charge aponta o valor do conhecimento sobre história.
c) partilharem o ponto de vista de que as disciplinas das ciências humanas devem permanecer intocadas, sendo estudadas e pesquisadas por aqueles que realizam tal opção, como proposto pela BNCC.
d) apresentarem pontos de vista dissonantes: enquanto o texto exalta a produção de pensamento crítico das ciências humanas, a charge coloca a História como um manual de ação em caso de intervenção militar.
Gabarito: Letra A.
Comentário: A letra A mostra-se plenamente de acordo com as teses do texto e da charge acima, uma vez que o primeiro identifica a intenção de alijar o pensamento crítico a partir da supressão do ensino das ciências humanas, ao passo que o segundo valoriza o conhecimento histórico como recurso de socorro adequado em caso de situações de risco. A letra B erra ao considerar os pontos de vista dissonantes, já que eles são convergentes, como se percebeu na letra A. A letra C extrapola o sentido expresso na charge, uma vez que nele não se depreende a possibilidade de mudança na base curricular comum, conforme apresentado pelo texto 1. A letra D, tal como a B, incorre em erro ao julgar os pontos de vista dissonantes.
(FUNDEP. Prefeitura de Lagoa Santa-MG. Analista de Sistemas. 2019) Leia o trecho a seguir. “A proporção mostra que há um enfrentamento forte à tentativa de solapar a formação crítica. No entanto, a simples existência de 6 mil pessoas — ainda que pareça pouco — dispostas, até a sexta-feira 13, a apoiar a extinção dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Sociologia, Artes e Artes Cênicas nas universidades públicas é sintomática e reflete um obscurantismo que, se pela obviedade, tem mais dificuldade de prosperar numa consulta desse tipo, em outras vertentes já se impõe de forma sorrateira e perigosa.” A ideia exposta no trecho anterior está sintetizada em qual alternativa?
a) A tentativa de extinguir cursos de ciências humanas nas universidades públicas tem crescido sem resistência.
b) O número de pessoas que apoiam a extinção dos cursos de ciências humanas é maior que o número de pessoas contrárias a essa ideia.
c) As chances de extinção dos cursos de ciências humanas na educação superior pública são nulas.
d) Ainda que haja enfrentamento às tentativas de extinguir os cursos de ciências humanas, esse fato representa uma tendência ao obscurantismo.
Gabarito: Letra D.
Comentário: A letra A contraria o texto, já que nele são identificados movimentos de resistência ao chamado obscurantismo. A letra B também contraria o texto, que considera o número de adeptos da extinção menor do que os que defendem a manutenção dos cursos, embora isso não reflita em uma menor relevância do movimento obscurantista. A letra C extrapola o texto, uma vez que o autor reconhece que o movimento pela extinção é perigoso e simboliza uma presença do obscurantismo. A letra D está plenamente de acordo com o texto.
(FUNDEP. Prefeitura de Lagoa Santa-MG. Técnico de Informática. 2019)
As mariposas
Adoniran Barbosa
As mariposa quando chega o frio
Fica dando volta em volta da lâmpida pra se esquentar
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansar
Eu sou a lâmpida
E as muié é as mariposa
Que fica dando volta em volta de mim
Toda noite só pra me beijar
Disponível em:<http;//www.vagalume.com.br/adoniran-barbosa/as-mariposas.html> . Acesso em: 15 jan. 2019.
Sobre a composição de Adoniran Barbosa, analise as afirmativas a seguir, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) Em “As mariposa quando chega o frio” há desvio da norma-padrão no que diz respeito à concordância nominal.
( ) Em “Eu sou a lâmpida / E as muié é as mariposa” o sujeito não concorda com o verbo em nenhuma das duas orações.
( ) A repetição da palavra “volta” em “Que fica dando volta em volta de mim” configura um desvio da norma-padrão.
( ) Em “Elas roda, roda, roda e dispois se senta”, de acordo com a norma-padrão, o verbo “sentar” não pode ser conjugado com o pronome “se”.
Assinale a sequência correta.
a) V V F F
b) V F F V
c) F V F F
d) V F F F
Gabarito: Letra D
(V) Há desvio da norma padrão devido a não concordância em número entre o artigo definido feminino e o nome a que se refere- “As mariposa”.
(F) Na primeira oração, o sujeito “eu” concorda com o verbo ser. Já na segunda, há equívoco na flexão verbal, pois “as muié” exige a flexão do verbo no plural – “são”.
(F) Não há desvio da norma padrão pela repetição da palavra “volta” porque as marcações ocorrem para destacar um substantivo e uma locução adverbial de lugar.
(F) A assertiva está errada, pois o verbo “sentar”, quando exprime a ação de se redobrar sobre um assento, é pronominal, ou seja, deve vir acompanhado do pronome “-se”.
(FUNDEP. Prefeitura de Ervália -MG. Advogado. 2019)
TEXTO III
[…]
Quando Sartre diz que “nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos”, ele quer dizer, precisamente, que ao escolhermos algo, estamos optando por uma alternativa que, dentro das condições de existência nas quais estamos inseridos, seria a melhor opção e, por ser a melhor, todos também poderiam optar pela mesma. Assim, ao escolher algo, o homem cria um modelo de homem que outros podem seguir; daí a sua responsabilidade diante da humanidade.
O existencialismo de Sartre, ao contrário das filosofias contemplativas, caracteriza-se por ser uma doutrina de ação, colocando sempre o compromisso como fator indispensável para a existência humana, uma vez que, sem compromisso, não há projeto de ser e, sem projeto de ser, o homem torna-se incapaz de conferir qualquer sentido à existência. Se a intencionalidade é a característica fundamental da consciência, ser livre é engajar-se, comprometer-se e, enfim, responsabilizar-se.
[…]
Diante dessa constante tarefa de fazer-se, do desamparo, da falta de fundamentos prontos e da responsabilidade que carrega diante de si e da humanidade, a liberdade traz ao sujeito a angústia existencial, a qual emerge no momento da decisão. Angustia-se, pois não é capaz de alterar as condições de existência que se lhe apresentam, tendo de escolher, por vezes, entre o ruim e o pior e tendo de arcar com as consequências dessa escolha; mais que isso, também não é capaz de não realizar essa escolha; e por fim, tem a incontornável tarefa de buscar, em sua subjetividade imanente, ou seja, na sua pura liberdade, os princípios que regerão sua escolha; isto é, terá de estar diante de seu próprio nada; eis o princípio da angústia.
CAMINHA, Lucas. Colunas Tortas. Disponível em:https://bit.ly/2Pq70oV. Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento adaptado].
Releia o trecho a seguir.
“Se a intencionalidade é a característica fundamental da consciência, ser livre é engajar-se, comprometer-se e, enfim, responsabilizar-se.”
A primeira oração desse trecho indica, em relação às demais, uma ideia
a) condicional.
b) aditiva.
c) concessiva.
d) causal.
Gabarito: Letra A.
Comentário: A primeira oração do trecho estabelece uma relação de condição em razão do emprego da conjunção subordinativa condicional “se”. Portanto, correta a letra A.
(FUNDEP. Prefeitura de Ervália -MG. Advogado. 2019)
TEXTO II
[…]
Os pensadores que defendem que o ser humano é sempre livre sabem que existem determinações externas e internas, fatores sociais e subjetivos, mas a liberdade de decidir sobre suas escolhas é superior à força dessas determinações. Um exemplo que poderia ser dado para entendermos essa noção seria a de dois irmãos que têm a mesma origem social, mas um se torna um criminoso e o outro não.
Vejamos o que o filósofo francês Jean-Paul Sartre disse sobre isso:
“[…] Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas.
É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que fizer.”
[…]
SANTOS, Wigvan. Mundo Educação. Disponível em: < https://bit.ly/2OXrrZf>. Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento adaptado].
Releia o trecho a seguir.
“Um exemplo que poderia ser dado para entendermos essa noção seria a de dois irmãos que têm a mesma origem social, mas um se torna criminoso e o outro não.”
De acordo com a norma-padrão, o desvio gramatical dessa frase está relacionado à(ao)
a) ortografia.
b) conjugação verbal.
c) concordância.
d) paralelismo sintático.
Gabarito: Letra C
Comentário: Há erro de concordância nominal em razão da retomada do substantivo masculino “exemplo”, de modo que o artigo definido feminino “a”, em “a de dois irmãos”, contraria as regras da norma-padrão.
Ficou mais claro agora como estudar para a Fundep? O que achou das questões comentadas? Ajudaram a entender mais o perfil da banca e as formas de cobrança? Deixe seu comentário pra gente saber sua opinião 🙂 Se tiver algum conteúdo que queira ler por aqui, não deixe de nos avisar.