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Uma boa escrita não é feita apenas do respeito estrito às regras da gramática. Na verdade, fazer um bom texto é uma tarefa difícil, que exige de todos nós muita dedicação. Além de conhecermos os usos da norma culta, temos que entender também quais palavras usar, quais termos evitar e como construir uma argumentação que se faça atraente ao leitor. Se você tem dificuldade na hora de colocar as ideias no papel, então continue lendo, pois eparamos 5 dicas de redação que vão te ajudar na hora de fazer um texto cativante.
Dicas de redação nº1 – Isso, esse, aquilo, aquela
Pronomes demonstrativos são boas ferramentas para se construir a coesão textual. Como articuladores pronominais, eles podem ser empregados tanto para evitar a repetição de palavras quanto para encadear melhor os termos oracionais. Contudo, como qualquer outro recurso linguístico, seu uso excessivo ou inadequado pode acabar trazendo prejuízos ao texto.
As formas “isso”, “esse”, “aquilo” e “aquela” são, por vezes, utilizadas de forma exagerada pelas pessoas. Por não entenderem a função desses termos ou por não compreenderem o sentido por eles estabelecido, o texto acaba sofrendo.
Na expressão, ele é empobrecido em razão de um vocabulário impreciso e repetitivo. Na clareza, o texto sofre com relações oracionais confusas, decorrentes do excesso de referentes utilizados. Já na correção gramatical, não é incomum haver emprego da forma demonstrativa errada. Veja o seguinte exemplo.
Carlos não podia mais tolerar as brigas de Joana. Isso não podia se estender por mais tempo. Ou ele fazia algo quanto a isso ou isso acabaria com ele. Mas isso não era tudo que lhe desgastava cotidianamente. Isso era só uma das várias atitudes que pesavam sobre seus dias. Mas isso não quer dizer que ele não tinha forças para mudar sua vida.
Note que temos seis ocorrências do pronome. Aposto que você ficou até cansado dele no final, não é mesmo? Não é para menos, já que a repetição excessiva gera cansaço no leitor. Mais do que isso, tenho certeza de que, ao final do texto, você já não sabia precisamente qual era o referente do pronome.
Esse efeito que vimos é algo que ocorre com todas as formas – “isso”, “esse”, “aquilo” e “aquela”. Por essa razão, tenha atenção na hora de escrever seu texto, para não ter, ao fim, uma redação pobre.
Dicas de redação nº2 – Verbo ser
Como assim usar o verbo “ser” pode prejudicar o seu texto? É isso mesmo? Você vai ter que evitar ele em todas as situações? Calma, pois não é bem assim.
Ao pensarmos nas características que tornam um texto bom, uma que deve se destacar é a precisão ou adequação vocabular. Vamos resumir essa ideia como sendo o emprego de palavras que traduzem adequadamente a ideia da ação praticada. No caso, o uso excessivo do verbo “ser” poderá resultar em uma indeterminação do texto. Isso quer dizer que o verbo não comunica de forma precisa a ideia que se pretende passar com a mensagem.
Vamos esclarecer isso. Podemos dizer que o verbo “ser” é visto como uma espécie de coringa lexical. Ou seja, ele poderá ser empregado em qualquer situação cujo objetivo seja definir determinado nome. Por exemplo:
Carlos é jogador de futebol.
A conferência é a reunião de várias mesas de debate.
O mundo contemporâneo é complexo.
A nova política econômica é a opção do governo.
Veja como ele se encaixa em todas as situações, o que acaba prejudicando a precisão da ideia. Mas esse não é o único problema do verbo. Por ser empregado de forma excessiva, ele também empobrece o vocabulário, tornando o texto repetitivo. Vamos melhorar as frases acima para você entender o que pode fazer? Observe>
Carlos trabalha como jogador de futebol.
A conferência consiste na reunião de várias mesas de debate.
O mundo contemporâneo mostra-se complexo.
A nova política econômica traduz uma opção do governo.
Viu como melhorou? Portanto, nada de abusar do verbo! Procure sempre por um que expresse melhor a ideia que você quer passar.
Dicas de redação nº3 – Evite generalizações
Generalizações são palavras que, em razão do grupo a que se referem, não traduzem de forma precisa uma ideia. Embora haja algumas situações em que elas são cabíveis, normalmente, seu emprego prejudica a construção do texto.
Por exemplo, é certo dizer “todo homem é mortal”, uma vez que mortalidade é uma característica que, de fato, define todos os homens, sem exceção. Entretanto, o mesmo não ocorre na frase “todo homem é médico”, simplesmente porque há homens que não são médicos.
Assim, para evitar essas situações, procure sempre usar expressões mais específicas, que se refiram de forma particular às categorias de que tratam. Isso quer dizer que você deve evitar palavras como “todo”, “nenhum”, “sempre”, “nunca”, entre outras de valor absoluto. Observe:
Todas as pessoas gostam de Carlos.
Maurício nunca diria essas coisas.
Beatriz sempre toma boas decisões.
Nenhum dos alunos irá bem nas provas finais.
Veja como todas essas frases, embora sejam comuns no cotidiano, não traduzem uma ideia precisa. Pense que alguma pessoa pode não gostar de Carlos, que Maurício certa vez poderá dizer aquelas coisas, assim como Beatriz, em algum momento, tomará uma má decisão ou um dos alunos irá bem nas provas finais.
Esse tipo de construção textual, sobretudo na tipologia dissertativa-argumentativa, é bastante criticado, pois enfraquece os argumentos apresentados. Por isso, nada de ficar generalizando no seu texto!
Dicas de redação nº4 – Cuidado com os advérbios terminados em “mente”
Um texto é bom não só pelos argumentos que constrói, mas pela capacidade expressiva de seu autor. Não obstante ela servir para a construção do sentido geral das frases e orações, ela também tem uma função estética. Isso significa que é a expressividade que torna o texto sonoramente agradável aos nossos ouvidos.
A desatenção a essa característica pode gerar vícios de linguagem, como a cacofonia, o eco, a colisão e o hiato. Essas espécies descrevem exatamente a situação de uma falha estética do texto na produção dos sons.
No caso dos advérbios terminados em “mente”, sua repetição causará o chamado eco ou rima textual. Veja o seguinte exemplo:
Provavelmente, o governo abaixará a carga tributária. Todavia, não podemos, certamente, contar com isso, pois é extremamente possível que ele decida mudar a política fiscal. Infelizmente, caso isso ocorra, não haverá muito o que possamos fazer. Em todo caso, os efeitos serão terrivelmente pesados para a população mais pobre.
Notou como o uso recorrente do advérbio chega a incomodar nossos ouvidos? Por isso, tome cuidado ao escolher as palavras, para não criar esse efeito “terrivelmente” desagradável.
Dicas nº5 – Termine as suas frases
Pode parecer algo estranho pensar que não iremos terminar nossas frases em um texto. Contudo, isso é um erro bastante comum que muitas pessoas cometem. O grande problema é que, talvez por não entenderem a estrutura do período composto, elas sequer percebam o problema.
E qual é o problema mais especificamente? Simples, ao deixarem uma frase incompleta, a ideia é apresentada de modo falho. É como se houvesse um buraco na argumentação e a consequência disso é um prejuízo para o leitor, que não conseguirá entender o texto. Vamos dar um exemplo:
Pensando sobre o que Marcos fez, querendo saber como ela deveria agora agir.
Lendo essa frase, diga-me: onde está a oração principal? Difícil, não é mesmo? Veja que o período é composto por duas orações subordinadas reduzidas de gerúndio, de forma que não conseguimos identificar a ideia principal que o autor deseja passar.
Portanto, tenha muita atenção na hora de desenvolver seu argumento! Não há nada pior do que chegar ao final do texto e ver que ele simplesmente não disse coisa alguma. Com essas 5 dicas de redação, você já conseguirá escrever para cativar seus leitores! Separe uma folha de papel e treine agora mesmo.
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